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Diário da Câmara dos Deputados

trás pequenas ideas que não vale a pena citar.

Além disso n3o precisaria mais, para estar dó acordo com o programa do Governo, que concordar com alguém do Governo, porque é de lacto algujm qnem se senta na cadeira do Ministério das Finanças, pois que já era alguém antes disso. (Apoiados).

Já alguma cousa é estar de acordo com

0 Sr. Ministro das Finanças quanto ao problema financeiro, que, aliás, é o problema máximo nesta hora.

Também alguma cousa é apoiar a resolução do problema das subsistências que, embora seja delineado no programa ministerial duma maneira geral, significa, contudo, que vai ser orientado de maneira diferente do que í;t5 hoje tem sido encarado, a ponto de conduzir à rareíação completa da meio comercial.

O programa pode ser o mesmo.

Eu não citarei factos concretos, mas não deixarei de produzir algumas considerações para demonstrar que tenho razão quando faço estas afirmações.

j Pelo Ministério da Agricultura viu-se vender a particulares certas e determinadas subsisíêiieias por especificado preço, exigindo o Estado a esse comerciante que as vendesse por metade do preço!

Há uma lei, aprovada no Parlamento, levantando dificuldades burocráticas de tal forma que o comerciante não podendo, dentro do prazo de quinze dias, levantar a mercadoria da alfândega, o Estado lança mão dela-.

O Sr. João Luís Ricardo (em aparte): —

1 Simplesmente por culpa de quem a fez e a votou!

O Sr. Raul Tamagnini (interrompendo):— j Esse facto só se deu na Alfândega de Lisboa; na do Porto não sucedeu tal!

O Orador: — j O caso é que sucedeu!

O Sr. Raul Tamagnini (interrompendo):— j Mas não por culpa da alfândega!

O Orador: — Eu não disse que a culpa fosse da alfândega, mas da lei.

O Sr. Raul Tamagnini (interrompendo):— Quem apreendeu os géneros fo-

ram os fiscais do Ministério da Agricultura.

O Orador: — É por isso também que estou de acordo, nesta parte, com o programa do Governo;

Quando tive necessidade, pelas funções que desempenho na Câmara, de intervir na crise, houve uma altura em que declarei, a quem de direito, que o grupo parlamentar a que pertenço daria o apoio a qualquer Governo que se constituísse, porque entendia ser absolutamente necessário constituir-se um Governo. (Apoiados)'

Se, porventura, se tivesse logicamente adoptado a solução que se devia ter adoptado imediatamente, ou e os meus correligionários teríamos precedido de forma a que esse Governo pudesse viver para a aprovação dos orçamentos e medidas financeiras em estudo.

O Sr. Cunha Liai: — Infelizmente a fatalidade das cousas fez Ministro o Sr. António Granjo.

O Orador: — A fatalidade das cousas não. A vontade dos homens o dos políticos, que, aliás, não quiseram nesta hora l difícil entenderem-se naquilo que era necessário fazer-se a bem da República, quaisquer que fossem as pretensões dos partidos e dos homens que se sentassem naquelas cadeiras.

Havia somente a atender às necessidades urgentes do Estado e, por consequência, das finanças, que reclamam a atenção do Governo, e porque sempre aqui. na Câmara, propugnei.

Foi essa a minha orientação.

Encontrava contra mini não aqueles que têm pequenas forças aqui no Parlamento, e que por isso podem usar de completa liberdade, mas os que têm obrigação, pelas suas forças parlamentares organizadas, de ser o esteio da Kepúbli-ca. Tom obrigação de demonstrar, perante o País, que são, de facto, uma unidade e uma força. (Apoiados).

Têm, porém, demonstrado que são unicamente uma fraqueza perturbadora.

Eu posso isoladamente, com aqueles correligionários, que não tendo dentro do Parlamento*..