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Sessão de 3 de Agosto de 1920

Mas tenho aqui elementos da estatística . . .

O Sr. Paiva Gomes:—Se V. Ex,a se refere à exportação da província de Moçambique, eu devo dizer que esses cálculos estão errados.

. O Orador:—Pode ser que estejam errados.

Eu comecei por dizer que tinha sempre ouvido a afirmativa de que Moçambique produzia 30 a 36:000 toneladas.

O Sr. Brito Camacho:—No último acordo entre o Governo e os açucareiros de Moçambique, ficou estabelecido que eles forneceriam 20:000 toneladas à metrópole.

O Orador:—Mas o primeiro a extra-nhar essa estatística fui eu.

Agora péla estatística de Angola, vê-se que nos períodos mais difíceis da guerra, em vez de aumentar, diminuiu a produção, o que aumentou foi o valor do produto.

Mas diz-se: pode aumentar-se rapidamente a produção do açúcar.

Eu creio que não, há todas as probabilidades de o fazer, isso porém depende de grandes capitais e não está nas mãos dos Governos aumentar rapidamente a produção do açúcar.

A província de Angola, portanto, ape-zar de todas as vantagens pautais que lhe deram, nunca conseguiu atingir sT 6:000 toneladas de açúcar.

Nos últimos anos, todavia, é natural que essa produção tivesse aumentado, por motivo mesmo da construção de uma nova fábrica.

O Sr. Brito Camacho:—E V. Ex.a sa-t>e que até há pouco tempo quási que toda a cana de açúcar era aproveitada para o fabrico do álcool, o que já hoje não sucede.

O Orador:—Perfeitamente.

Mas continuando: temos por consequência possibilidade de admitir a previsão da facilidade das nossas colónias poderem produzir milho, arroz, açúcar, legumes c pcdein tarnbôm produzir algodão, mas para isso é necessário estudar as condições da cultura.

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Eu disse a V. Ex.!1 que não tinha aumentado a produção agrícola de Angola; mas...

Interrupções diversas.

O Orador:—Vamos ao milho de Angola.

Não tinha aumentado a produção de Angola, dos europeus, mas a indígena sim, por isso que sempre tive a colaboração muito solícita, nosse modo de ver do meu colega Sr. Dinis, que cuidou sempre de proteger os indígenas, e sua cultura, que hoje é a melhor que temos em Angola são os pretos. (Apoiados).

O Sr. Ladislau Batalha:—Ouçam, ouçam.

Interrupções.

O Sr. Ladislau Batalha:—Tenho lido' e sei a esse respeito, mesmo modernamente, muita cousa.

Na minha biblioteca tenho livros modernos que tratam do assunto.

O Orador:— Uma das principais dificuldades em Angola é a do pessoal.

Em parto não pode ser senão nativo, sem conhecimentos.

E em brancos vamos encontrar indivíduos sem instrução.

Criei por-isso as escolas profissionais agrícolas técnicas e superiores para nos podemos apresentar nação propriamente colonial.

Ao mesmo tempo que se dava a falta de pessoal, o contrário se dava ua cultura indígena.

Verifica-se que a cultura do vinho tem progredido desde 1902, segundo consta das alfândegas, mas se está Elevado ao dobro é devido à cultura indígena o ao caminho de ferro de Benguela.

Se o Governo quiser fazer progredir a província da Angola tem que gastar 3:000 a 4:000 contos.

Sem dinheiro para sementeira é impos-sivel fazer alguma cousa.

Se o quiser tomar em condições favoráveis tem também do estabelecer o que se fez no tempo do Sr. Norton de Mirtos por proposta minha.