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Diário da Câmara dos Deputados

O Orador:—Eu devo dizer a V. Ex.a que, quando Ministro da Agricultara, dei todo o meu concurso para a experiência de tractores agrícolas, porque eu naquele lugar não olhava a amigos nem a inimigos.

Eu dói todo o meu concurso 'para que as experiências se realizassem, mas se estivesse nessa reunião, eu não poderia esquecer o meu projecto sobre as lezírias. E para se ver que ou tinha razão, basta notar que o que o.Estado não teve coragem de fazer, o fizeram os sindicatos e a alta finança, dando-lhe tara bons resultados.

E poderia ainda a terra dar maior dividendo, mas isso iria sobrectirregar imenso os lavradores. Rendas, efectivamente, de 600$ o hectare, V. Ex.a está a ver por que preço o produto poderá sair da terra.

Í Isto ó absolutamente um jogo!

É por isso que, no meu projecto das lezírias, punha em arrematação as terras, segundo as parcelas que estavam já arrendadas, de forma que o lavrador de boa vontade aplicaria os seus lucros na compra da propriedade. E, assim, eu não iiiti esquecia do lhe dar todos os auxílios para que ele pudesse facilmente adquirir a propriedade arrendada.

Dessa maneira, evitaria o êxodo que se está fazendo da população dos campos para as cidades, trataria de assegurar população aos campos e garaatir a nossa nacionalidade que se está perdendo, e aumentava, ao mesmo tempo, a nossa produção.

Estas medidas "deviam fazer-se há muito tempo, e elas não são aconselhadas só-raente de agora, mas infelizmente a agricultura tem sido sempre esquecida no nosso país.

Lembro as tentativas de Emídio Navarro e de Mariano de Carvalho, que sempre fracassaram.-

Ó Ministro cai por meio das paixões partidárias que aqui se desenvolvem.

Não há possibilidade de marchar-se; e digo-o com o conhecimento do que tenho observado.

Continuemos nesta política e V. Ex.as verão que o país não se pode aguentar.

Ora nós fazemos uma política de fomento agrícola acompanhada duma política financeira e podemos jugular a ques-

tão, ou continuamos assim todos os anos a aumentar as despesas.

A política económica tem de ser acompanhada doutra política. Os câmbios tênt de modificar-se.

Se por agora não se tratar de medidas financeiras continuando assim de modo a diminuir a situação cambial, a economia do país continuará assim.

Perdenio-nos por completo.

O Sr. Presidente do Ministério nessa festa ou reunião realizada. . .

O Sr. Cunha Liai: — Nessa tourada.

O Orador: — Creio que o Sr. Presidente do Ministério não foi fazer nenhuma pega. Não se abalançaria a fazer uma pega por mais avesado que esteja.

Tudo está ao abandono.

Sr. Presidente: o problema dos vinhos é um problema de que ninguém tem feito caso.

Emquanto não for resolvido podem V. Ex.as ter a certeza do que continuamos nesta situação que vem de longe.

O pão importa-se e o vinho não.

Deixam a vinha e vão para o campo porque Os trabalhos de vinha no campo são menos dispendiosos, e a mão de obra encontra-se numa situação de concorrência com a várzea que produz bom milho e a encosta produz bem.

O resultado é que o bom vinho não se pod^e fazer.

Apartes.

O que eu faria era tributar a vinha segundo a sua produção.

Toda a produção que fosse além de mil e quinhentas pipas teria uma tributação progressiva.

Até certo número nada pagava e daí para diante ia numa certa progressão.

Tenho este projecto há já bastantes anos o isto em relação à propriedade.

Tive ocasião de mostrar este projecto ao director dos impostos que o achou bem.

O Estado ia buscar uma receita para • despesas de fomento agrícola sem prejuízo para o produtor.

A cultura cerealífera tem sido prejudicada em benefício da cultura da vinha.

Apartes.