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Sessão de 3 de Agosto de 1920

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com o da nova colheita, evitando que a moagem ganhasse nina diferença ilícita.

Com respeito à falta de trigo, a situação pode tornar-se grave, mas a culpa não me pertence.

O Sr. Júlio Martins imputou-me a responsabilidade dessa falta.

Eu tinha tomado todas as precauções nesse sentido.

Se a moagem não aceitasse a resolução que havia tomado, mobilizava-a e ela teria de trabalhar com os trigos portugueses. '

Creio que esta questão não está resolvida!

A situação da moagem é difícil, deprimente, solicitando da lavoura que a salve.

Devo dizer que a questão dos trigos preocupou-me deveras.

Lisboa consome 20 milhões de trigo por dia e por mês 11 milhões.

Todos os dias a moagem chamava a minha atenção para a necessidade que tinha de trigo. «

Lembrava a conveniência de importar trigo estrangeiro.

Apareceu-me no Ministério um moageiro a oferecer-me trigo a $32.

O Orador:—Apareceu uma proposta de trigo da Roménia a trezentos e vinte e tal réis.

O Sr. Cunha Liai (interrompendo): — <_ referiu='referiu' que='que' de='de' compra='compra' foi='foi' toneladas='toneladas' uma='uma' ex.a='ex.a' trigo='trigo' por='por' se='se' preço='preço' para='para' dalgumas='dalgumas' recorda-se='recorda-se' _='_' a='a' proposta='proposta' lhe='lhe' presente='presente' p='p' superior='superior' àquele='àquele' v.='v.' ex.íl='ex.íl' agora='agora'>

O Orador:—Apareceram várias propostas ao preço do (§>80 e $9õ, mas não fechei contrato..

O Sr. Cunha Liai (interrompendo): — Desculpe-me V. Ex.a eu ter interrompido o sen discurso. Eu preguntéi a V. Ex.a se tinha recebido alguma proposta para venda do trigo, porque, com grande es-• panto meu, li no Jornal do Comércio, que se tinha feito nrna oferta de trigo a 64 libras por tonelada, e seria interessante saber-se o que há de verdade! '

O Orador: — Recebi várias propostas que pus de parte, porque o preço não era convidativo»

Eu poderia abastecer Lisboa sem ser necessário buscar trigo por um preço tam alto.

O critério do Governo era evitar, tanto quanto possível, a importação, a fim de não sair ouro, e para isso era necessário fazer pão com todos os elementos panifi-cáveis, como sejam, o milho, o centeio e a cevada.

Nesse sentido, eu avisei os interessados para que se acautelassem sobre- as transacções da fava e outros produtos que estavam tendo uma grande subida, e que depois não só queixassem se o Governo aplicasse a retroactividade da lei.

Sobre o tabelamento da-fava, .eu já tinha um decreto que não pôde sair por não ter legislação aplicável.

Ora, o critério do Governo era ir buscar às colónias o milho 'de que necessitamos e estabelecer dois tipos de pão : um de trigo e outro de milho.

Era preciso não defraudar aquelas povoações, tirando-lhe o centeio.

Era preciso fixar o preço da fava, mas eu não podia agir, estava de mãos atadas.

Há 4 espécies de fava, sendo a mais pequena a que maior quantidade de farinha dá.

Eu tinha a produção assegurada, mas, no omtanto, era preciso dizer ao lavrador que para o ano o preço não seria o mesmo, para elo não prejudicar a cultura do trigo.

Sr. Presidente: oram estas as considerações e trabalhos que eu tencionava apresentar ao Parlamento, no momento em que tive de sair do Ministério; e se mais não fiz foi porque não pude e a responsabilidade vai para aqueles que me coagiram a aceitar o lugar que ocupei.

O trabalho a que me entreguei era árduo e certamente eu não ia resolver o problema das subsistência s, mas ia^ resolver o problema agrícola, que me ia aumentar a produção.

Eu disse : nós temos de olhar para a .renda das terras. (Apoiados).

Eu, se tivesse ido à reunião, à festa a que us&istiu o Sr. Presidente do Ministério, nu. Companhia das Lezírias...

O Sr. Júlio convidado?