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necessitávamos de fixar esta tabela, é assim é que se devia ter feito para baratear o produto.

É pena que V. Ex.a também não tivesse procurado aumentar a produção em vez do só estar a aumentar os preços por quo isso só não estimula a cultura e an-' tes a faz abandonar, o que não deve ser o nosso desejo.

Emquanto não fizermos isso não teremos essas grandes culturas que é para .desejar. (Apoiados).

Eu não dei mais que os agricultores -queriam, mas se o tivesse dado não me Ilastimaria.

Dar mais um centavo, não é política -económica, e só poderá ser política de •cozinheira permita-se-me a expressão.

O Sr. João Luís Ricardo (interrompendo):— Os lavradores pediram $26, depois $29'e os sindicatos agrícolas pediram 32$ oe V. Ex.a foi-lhos dar $36. Apartes.

O Orador:—V. Ex.a vem provocar um .^diálogo desta natureza que eu desejaria •evitar, não porque quisesse fugir às mi-:nhas respènsabilidades, mas porque V. ,Ex.a deseja empurrar as suas para mim. .A Associação da Agricultura, apresentou-me a base do custo de 320 para as suas despesas.

'Os lavradores do ribatojo, entendiam -.que'com 330 estavam compensados.

Parte dos lavradores reclamavam que •se devia fixar em $38 e a Federação Agrícola pedia $40 por quilograma de trigo e ninguém queria tomar a responsabilidade de fixar preço remunerador para a agricultura, levando isso para a minha responsabilidade.

Na minha região as rendas andavam por 600$ por moio e a Companhia das Lezírias aumentou as para 900$, o que obrigou muitos lavradores a dedicarem-se a outras culturas para não perderem dinheiro.

A verdade também é que de 1915 a 1920 o custo da lavoura aumentou pelo menos 500 por cento.

Na miaha região chegou a pagar-se a um gadanheiro 10$ diários!

Psja mostrar a V. Ex.a o quantitativo

desses aumentos de salário, basta ver a

estatística relativa aos preços das jornas

rvctuais em comparação com as de antes

.da pierra.

Diário da Câmara doa Deputados

Estabelece-se dialogo entre o orador e o Sr. João Luís Ricardo.

O Sr. Presidente : — Peço a V. Ex.a, Sr. João Gonçalves, que dirija as suas considerações à Presidência.

O Orador:—Desculpe-me V. Ex.a, mas tenho de responder às interrupções que me são feitas.

Sr. Presidente: quando eu sobracei a pasta da Agricultura, como ninguém queria tomar a responsabilidade da fixação de preços, eu adoptei o seguinte critério, quo me parecia o mais lógico e consentâneo com as circunstâncias do momento presente.

Tratei de calcular qual a percentagem, do agravamento do custo da vida, depois da guerra e conclui que a vida estava, pelo menos, cinco vezes mais cara do que há quatro anos.

Multipliquei, portanto, pelo factor 5, os preços, embora este factor não seja realmente o que correspondo à realidade, mas um factor maior.

Eu tinha também o critério de encarecer momentaneamente o produto para .o émbaratecer.

Parece um paradoxo, mas é uma verdade, porque é necessário consentir no aumento de preço nos géneros de maior urgência, para provocar a sua abundância e consequentemente a baixa expontânea do artigo.

A razão é muito simples.

Eu poderia ter criado maus dias ao meu sucessor, só eu porventura visse os problemas só de momento.

Eu podia na verdade ter reduzido um pouco a extracção, preparando para Lisboa um pão mais tragávcl.

As informações que eu tinha sobre stocks de trigos eram tain animadoras que se eu fosse diminuir essa extracção estaríamos sem trigo, e já há dias que não teriamos pão.

Do harmonia com o relatório da comissão nomeada para esse fim e com os elementos que subsidiariamente viesse a colher, devia estabelecer-se a taxa de extracção.