O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

de 19 de Outubro de 1920

•das questões partidárias a política nacional e as questões económicas e financeiras, e o equilíbrio orçamental como foi aconselhado na Conferência do Bruxelas.

Não podemos perder tempo e temos de votar todas as medidas que a esses assuntos digam respeito, e sob osso ponto de vista o Governo pode contar com a colaboração do Partido Republicano Português, podendo o Governo não ter a preocupação de que faremos uma política mesquinha, o que só trataremos das questões que afectam a Pátria Portuguesa.

Mando para. a Mesa a minha moção.

Tenho dito.

O orador não reviu.

Foi lida na Mesa G foi admitida a moção do Sr. Barbosa de Magalhães.

O Sr. Augusto Dias da Silva: — O Par-

tido Socialista tem assistido de palanque a esta discussão política.

O Partido Socialista entendo que o Governo deve ficar, visto que aos partidos políticos falta a coragem para estar nas cadeiras do poder, cada um entregue às próprias forças.

Continue, pois, o Governo nas cadeiras do poder para fazer, como tem feito, o inverso do que pregava nas cadeiras da oposição. Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Brito Camacho: — Sr. Presidente: eu não tencionava tomar parte neste debate, em primeiro lugar porque se trata dunia questão fundamentalmente política, e eu, hoje mesmo, por uma votação do Senado, creei uma situação que me proíbe de entrar em debates políticos apaixonados, e em segundo lugar porque o partido a que pertenço e a que pertence o Sr. Presidente do Ministério também, tem estado sempre tam identificado com o Governo que desnecessário será deste lado da Câmara dizer algumas palavras para mostrar a sua adesão inteira à política governamental.

Mas resolvi tomar, todavia, a palavra porque me parece que grande píirte desta discussão tem girado sobre um equívoco que poderia trazor consequências lamentáveis, que seriam uma surpresa para todos nós.

O Sr. Presidente do Ministério, respondendo ao Sr. António Maria da Silva,

31

disse que em vista da declaração do Partido Republicano Português ia dar conta ao Chefe do Estado da situação política do Governo, resultante do debato parlamentar.

Nestas palavras de S. Ex.a alguém, podo ver a afirmação que o GovOrno se considerava sem condições de vida e ia apresentar a sua demissão.

Sr. Presidente: ainda que uma moção, nos termos mais lisonjeiros do confiança, fosse aprovada por esta casa do Parlamento, o Sr. Presidente do Ministério não se podia furtar à obrigação do ir do S. Bento comunicar ao Chefe do Estado a situação política actual.

Só um partido retira ao Governo o seu apoio, ainda que o Govôrno tivesse a certeza de ter nesta casa uma maioria inquebrantável, tinha a restrita obrigação de ir ao Chefe do Estado expor a nova situação que os factos lhe criavam.

As palavras do Sr. Presidentes do Ministério não podem ter outra significação.

Vê-se, pelas palavras do Sr. António Maria, da Silva e pelas considerações do Sr. Barbosa de Magalhães, que o Partido Republicano Português não pretende provocar uma crise ministerial. O Govôrno, por sua parte, tambôni não tem o intuito de fugir às responsabilidades do poder. O que todos têm querido, e com uma inteligência superior e um grande patriotismo, é fugir a dar ao país e até ao mundo a impressão dum triste espectáculo político, numa crise inoportuna e intempestivamente levantada.

Sr. Presidente: muito folguei em ouvir ler a moção do Sr. Barbosa de Magalhães que marca uma atitude patriótica, a única atitude que a situação reclama dos partidos da República.

Foi para dizer isto que eu pedi a palavra e não fiz es'Orço algum para proferir estas considerações de inteira justiça.

O que vejo é que ninguém se esquiva a responsabilidades e todos procedem com o mais elevado patriotismo. Termino, Sr. Presidente, com a declaração de que os Parlamentares do Partido Liberal votam a moção do Sr. Barbosa de Maga-Ihões.

O orador ncio reviu.