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Diário da Câmara dos Deputados

Sr. Presidente do Ministério. Esta moção deve ter um significado político. £ São ou não são satisfatórias as explicações que o Sr. Presidente do Ministério deu? Julgo que é este o sentido da moção. E preciso esclarecer-se isto, para que possamos votar com conhecimento do que se vota.

O Sr. Presidente do Ministério pôs, porém, a questão noutro pé.

Não espera pela votação da moção. Não espera que o Parlamento diga se são ou não bastantes as explicações que deu. Disse S. Ex.a que, se a moção for retirada, já considera isso um voto de desconfiança ao Governo.

E o que se chama cortar o nó górdio. Evita que a discussão passe para amanhã e que, porventura, se possa arrastar ainda durante alguns dias.

Não explicou S. Ex.a a razão por que assim entende. Faltando essa explicação, somos levados a suposições. Suponho que S. Ex.a o que qaere significar é que põe a questão de confiança nos seguintes termos : Se o Parlamento alonga a discussão é porque não confia no Governo.

Está, quanto a mim, bem posta a questão de confiança.

Se não é desta maneira, então aguardo que me esclareçam para que eu oriente o meu voto.

O Sr. Brito Camacho: —Pedi a palavra para simplesmente significar à Câmara o meu embaraço para votar o requerimento do Sr. Júlio Martins. Nas declarações do Sr. Presidente do Ministério havia uma parte política que à Câmara competia apreciar, e a respeito dela resolver, e havia, parece, uma questão pessoal com a qual a Câmara não tinha, não tem, nem poderá ter coisa alguma. (Apoiados).

Quando se roquereu que fosso prorrogada a sessão até se liquidar o incidente pessoal que dizia respeito aos Srs. António Fonseca e Cunha Liai. . .

O Sr. Júlio Martins (interrompendo): — <_ dá-me='dá-me' prorrogada='prorrogada' foi='foi' a='a' em='em' ex.a='ex.a' incidente='incidente' relação='relação' do='do' ministério.='ministério.' sr.='sr.' ao='ao' declarações='declarações' p='p' às='às' y.='y.' pessoal='pessoal' licença='licença' não='não' sessão='sessão' presidente='presidente' mas='mas'>

O Orador:—Desde que uma questão de pessoas foi separada da questão pro-

priamente política, eu vi que o debate nau podia conduzir a cousa nenhuma.

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Está muito bem, é da competência da Câinaya, sendo necessário que o caso se discuta e que haja uma sanção.

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Neste, caso nego a mim próprio e à Câmara o direito de se pronunciar.

Um aparte do Sr. Júlio Martins que não se ouviu.

O Orador: — Eu th e o cuidado de seguir atentamente a discussão e, presando-me de ter alguma sensibilidade parlamentar, porque sou um velho e impenitente parlamentar, tantas vozes tenho dito que, embora reconheça os defeitos do Parlamento, eniquanto não ine provarem. &er pussível a existência de uma instituição que o substitua com vantagem, hei do ser sempre parlamentarista, sendo eu, dizia, uma sensibilidade parlamentar que não precisa pedir licença a ninguém para ser grande, francamente considero que, ,no que diz respeito ao Parlamento, são. suficientes as explicações do Sr. Presidente do Ministério. Dê modo que fica apenas por meu voto, e é de mim que ou trato neste momento, a questão que xdiz respeito aos srs. António Fonseca c Cunha Leal. Não pode, de facto, a Câmara pronunciar-se sobre e.sta .questão, o eu peço a todos que reflitam, porque em todos vejo a mesma boa vontade de liquidar esto incidente, não com vantagem para o GovCr-no, porque, embora eu seja amigo, do Governo, não faria questão para ele ficai-no Poder mais vinte e quatro ou quarenta o oito horas, se o Parlamento lhe quisesse manifestar a sna desconfiança, mas com vantagem para o próprio Parlamento.