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8e**&o de 15 de Novembro de 1020

só "têm pronunciado no sentido de que há a questão pessoal a deriinir noutro campo; se estabelecermos o precedente de liquidar as questões políticas, porventura as dificuldades dos governos, por moio de questões pessoais, então tenhamos muito cuidado porque o primeiro brigão que for Presidente do Ministério, ou para se aguentar ou para cair, terá sempre maneira do provocar unia questão pessoal ao lado das questões políticas. E por isso que eu entendo que se devo encerrar Gste incidente sem nenhuma espécie de votação.

A questão política está nitidamente posta, porque a pôs o sr. Presidente do Ministério. E já agora indispensável que haja uma votação de natureza a significar ao Governo que deA^e ficar ou que se deve ir embora, mas que haja essencialmente uma questão política que polo Parlamento possa ser derimida.

Sr. Presidente, por assim se interpretar, acho inconveniente que o resolva assim a questão política e espero que a Câmara pondere com o seu espirito esclarecido não dando o seu voto ao requerimento do sr. Júlio Martins, para que soja retirada a moção.

O orador não reviu.

O Sr. Dias da Silva: — Sr. Presidente, pelo que vejo, o Governo vai cair, o que para mira é indiferente, pois nunca foz nada cm favor do operariado, só palavras, palavras e mais nada. Em regra, nunca recebia as comissões de operários que o iam procurar.

O Sr. Presidente: — Peço a V. Ex.a para se restringir ao assunto.

O Orador:—V. Ex.a não me permite divagações . . . Está bem.

Eu dou. o meu voto ao requerimento por ver que este Governo nada faz, assim como os que vierem, se não trou-xerom um programa definido para o dia do amanhã.

O Sr. Presidenta do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo):---Br. Presidente, as declarações que proferi quando entrei nesta Câmara tinham por fim provocar uma demonstração da Cà-

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mara para saber se o governo merece ou não confiança.

Creio que as minhas palavras foram ouvidas por toda a Câmara.

Pouco me importa que essa demonstração se faça sobre um requerimento ou sobre uma moção.

Eu é que não voltarei a Gste lugar, nem ao meu Ministério, -sem que da parte da Câmara haja uma demonstração inequívoca e clara a respeito da situação do Governo. Quer demissionário ou não, cumprirei o meu dever até o fim. Felicito-me pela moção do Sr. Júlio Martins, por me dar ocasião a não sair desta casa sem saber qual a minha situação.

Há uma questão política sobre as declarações aqui feitas. Assim a tomo, e assim é necessário que a Câmara a tome.

Mas há uma cousa a que tenho de voltar a referir-me, e assim pregunto ^em que são insuficientes as minhas explicações?

^Em dizer que os partidos que estão representados nesta Câmara não têm dado apoio aos governos desses mesmos partidos?

E fantástico que se possa dizer que estas expressões podem ofender a Câmara ou qualquer Sr. Deputado.

Eu fui Deputado às Constituintes, sou Deputado nesta legislatura, e V. Ex.a Sr. Presidente, é testemunha de que jamais do meu lugar de Deputado, íora ou dentro

Eu tenho, porém, o direito, quer neste lugar, como em outro qualquer, de fazer a análise que julguo necessária em relação à marcha dos acontecimentos políticos.

Ninguém me pode negar esse direito.

Repito, não sei em que se podem julgar as minhas declarações insuficientes, mas repito também — é necessário e indispensável que da parto da Câmara se pratique ura acto, seja uma moção ou qualquer outra resolução inequívoca, mas que soja perante o Governo a manifesta-Í cão da vontade do Parlamento.