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Sessão de 15 de Novembro de 1920

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O Orador: — E pelo facto de ser Chefe de Governo não tenho menos direito de pronunciar estas expressões que são de ordem % geral. . Muitos apartes.

Grande sussurro.

O Sr. Cunha Liai: — Agradeço ao Sr. Mem Verdial a gentileza de me ceder a palavra.

Muito me surpreendeu o Sr. Presi-.dento do Ministério vir para aqui servir-.-se de conversas particulares, e dizer cou-•sas vagas. Eu só direi que há criaturas que são muito honestas até o dia em que .prevaricam. (Â2)oiados das bancadas populares).

O Sr. Júlio Martins: — Sr. Presidente: estou extremamente admirado da forma como o Sr. Presidente do Ministério se tem conduzido nesta sessão. Conheço muito bem S. Ex.a, dedico-lhe muito amizade, sei bem qual o seu carácter; e pregunto a mini próprio qual o motivo por que S. Ex.a assim se apresenta, que o estou desconhecendo. S. Ex.a proferiu expressões que nos atingem a todos, a-uma Câmara inteira...

O Sr. Presidente do Ministério e Minis-.tro da Agricultura (António Granjo) (interrompendo) : — Sr. Presidente:

/Sussurro.

O Sr. Presidente: — Sr. Júlio Martins: <_ p='p' ministério='ministério' permite='permite' interrupção='interrupção' uma='uma' v.='v.' ex.a='ex.a' do='do' presidente='presidente' sr.='sr.'>

. O Orador: — Estou no uso da palavra ,e o Sr. Presidente do Ministério, desejando interromper-me, pode pedir-me licença para o íazi-r. As minhas relações ocm S. Ex.a não são ainda de molde a -que se torno necessária.a existência de intermediário para um caso desta natureza. Sussurro.

O Orador: — Sr. Presidente: dizia eu que, por parte da oposição parlamentar, a questão tinha sido colocada de maneira a afasta.r insinuações de qualquer natureza, tendo havido o maior cuidado nas afirmações aqui pfeitas. ^Gomo ó que a esta atitude se corresponde? Correspon-

de-se com frases que podem ter dúbias interpretações e quem se senta naquele lugar, quem é Presidente do Ministério, quem quere arcar com as responsabilida-des duma alta situação., para o desempenho da qual, estamos vendo, se não achava preparado, não pode usar uma linguagem que possa ferir todo um Parlamento que é tam honesto como o Sr. António Granjo. (Apoiados).

Não preciso eu, nem precisa ninguém nesta casa, de atestados de honestidade, como não precisamos de afirmar que, embora alguém nos chame desonestos, ninguém o acreditará. O acreditar está na consciência de cada um e não seremos nós quem irá prescrutar a consciência dos que nos ouvem.

Há tempos a esta parte que eu es^ tou desconhecendo o Sr. Presidente do Ministério. S. Ex.% chamado à tela do debate pelo Sr. António Fonseca, apesar de possuir uma inteligência mais do que suficiente para a todos nos colocar em. situação de encerrar o incidente rapidamente, falou em seguida e veio agravar ainda mais a questão. S. Ex.a vem aqui dizer que, realmente, aproximou factos e que, apesar da sua situação, tem o direito de fazer tal aproximação. E certo,que S. Ex.a acrescentou que o que dissera em Santarém não contendia de qualquer forma com a honorabilidade pessoal dos Deputados visados nas suas declarações, mas, Sr. Presidente, as cousas passam, as ilacções tiram-se e nós preguntamos porque é que, em volta de contratos que aqui foram escalpelizados, foi a Santarém produzir tais declarações. Nós que tam alto colocámos o debate sobre esses contratos, nós .que fugimos a repetir, aqui o que era já do domínio público e que anda aí na consciência de toda a gente, tínhar mós o direito de esperar do Sr. Presidente do Ministério que fOsse mais comedido de linguagem na sua prelenga de Santarém.