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Diário da Câmara dos Deputados

Não fui eu, portanto, que fiz a aproximação de factos; foi o Sr. Presidente do Ministério. (Apoiados).

Em Santarém S. Ex.a aproximou factos e esses factos poderiam dar lugar, não da parte de S. Ex.a, mas da sua gente, a uma condenação espontânea.

Mas S. Ex.a julga-se no direito de aproximá-los, e tambôm de os apreciar.

Incriminado pela comissão de inquérito do Ministério dos Abastecimentos de que fazia parte o Sr. António Granjo, no momento preciso em que se atacava a moagem, não sei como levantou-se uma questão.

Um jornal muito conhecido do Lisboa, mandava pedir-me os discursos. Nessa época, esse jornal atacava a moagem; e - quem pôs a questão nos seus devidos termos, quem podia fazer mal à moagem, porque tinha estudado a questão, desde o inquérito parlamentar, era eu.

Era preciso inutilizar-me. (Apoiados).

Então, sobreveio uma cous-a: alguôm levantou uma acusação, que depois, inconsistente como era, a comissão teve de declarar que não tinha fundamento algum. (Apoiados).

Vamos aproximar os factos. Resultou que tive de sair por melindres de consciência que outros supuseram ser excessivos, mas que eu supus serem honrados. Nesse dia morrera a questão da moagem. (Apoiados).

De maneira que eu, aproximando factos, apenas quis dizer que, no dia em que aqui levantei esta questão, tinha filado corn es-, tas mãos a ganância.

Levantou-se uma acusação tam insubsistente que foi preciso reconhecer essa insubsistência; e à comissão de inquérito pertencia o Sr. António Granjo. (Apoiados).

Depois tornei a entrar no Parlamento; e agora surgiu essa história dos contractos j'Que tremendo campo para aproximações !

Eu não aproximaria os factos, se o Sr. Presidente do Ministério não tivesse ido a Santarém aproximá-los.

Tive conhecimento do que lá se disse pelo relato da Pátria.

Quem 'primeiro levantou a questão foi o Sr. Presidente do Ministério, aproximando alguns factos.

0 primeiro facto a relatar e aproximar é a afirmação que com toda a autoridade foi feita pelo Sr. Presidente do Ministério, aqui nesta Câmara, do que o Sr. Inocên-. cio Cíimacho tinha íeito um contracto como a Itália e a França os tinham feito, com o Governo Inglês. E falso.

A segunda ilação a tirar deste facto quo não ó da minha invenção, é que nós parlamentares se não tivesse havido uma feroz tenacidade, que faz honra e é gloria do Parlamento; em defesa dos interesses do Estado, ficaríamos convencidos de que o Sr. Inocêncio Camacho e o Sr. António Granjo tinham contratado directamente com o Governo Inglês, o que era falso. E foi preciso quo lêssemos o Diário do Governo para pôr a aproximação e afirmar que era falso o que o Sr. Presidente dó Ministério dizia.

Mas veja V. Ex.a como não Jquero ser injusto nas aproximações.

Quero aqui prestar ao S'r. Presidente do Ministério, apesar do tudo, a justiça de acreditar que o tinham informado mal.

Quem, não sei. O que é certo ó que o GovOrno vinha aqui dizer cousas que eram menos verdadeiras.

Eu tinha anotado esta contradição, se até hoje ousei servir-me destes factos!...

1 Eu que poderia servir-me deles para tirar ilações, bem graves, no momento om que se discutia o contrato!...

Mas, Sr. Presidente, preferi não me servir dOles, porque pela simples análise do texto dos contratos, havia matéria suficiente para os destruir.

Se agora recorro a eles, é convidado pelo Sr? Presidente do Ministério.

Mas, veio aqui o Sr. Ministro das Finanças, fez o relato e o que é que disse?