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Aqui há um homem que põe muito beni em verso os marqueses e marquesas dançando a gavotie, mas que não é capaz de atender a todos os problemas de carácter técnico da sua pasta, assunto que ó fundamental para a nossa vida nacional; o assim é que haArendo aqui nesta declaração ministerial um grande número de palavras acerca do ensino e da sua reorganização, poderemos exclamar: — j Santo Deus, quantos lugares se darão numa e;s-pócie de bodo à custa do Tesouro!

Fala-se aqui na reorganização do Ministério da Instrução.*

Em primeiro lugar, esse problema é considerado eni separíido, mas ele não pode ser considerado em separado do próprio problema cio ensino, porque o pro"-blema fundamental do ensino é a criação do professorado.

Sem. professores habilitados, qualquer diploma de acção moderna relativo ao Ministério da Instrução c às Universidades não se resolve o problema, e o problema da criação do professorado não ocorre ao espírito ilustrado do Sr. Júlio Dantas, porque S. Ex.íl pode muito bem fazer versos muito bonitos, mas não pode pensar, porque pensar ó que ó difícil.

j Então pela pasta da Marinha o programa ministerial é fantástico!

O Sr. Júlio Martins manifesta-se bem o homem do sul, como eu sou, que v« a água através das ribeiras; o mar, que na nossa meninice aparece-nos como o grande impulsionador da raça, quo nos tem feito grandes o pequenos.

O mar, para nós, é mais belo que para os homens da praia; em nossa fantasia é sempre grande.

Mas exactamente porque temos Gste conceito teórico do mar, -quando vamos à organização das cousas que lhe dizem respeito, somos teóricos também. E não é só teóricos, somos um tudo nadinha ignorantes das realidades. Assim por exemplo, esta passagem da declaração ministerial: «activará a vinda dos cruza-dores já adquiridos na Inglaterra».

Extraordinário! Colossal! Já lá estilo as equipagens para os receber, já estão, talvez; a caminho; mas vai um telegrama do f/rande almirante Júlio Martins, dizendo: venham depressa, quero uma festa para os receber, ainda sendo Ministro. (Risos).

Diário da Câmara dos Deputado»

Mas, nuiis: «estudará definitivamente a. situação dos nossos arsenais», j E fantástico ! Estudar definitivamente uma organização industrial, que é. segundo a técnica moderna, uni problema constante; que é uma cousa que nunca pode ser definitivamente resolvida, porque agora se inventa uma máquina, porque agora é o laboratório de fisiologia que dá um iiovo esclarecimento em relação ao emprego do trabalho do operário, etc., etc. j Oh! Sr. Júlio Martins! como V. Ex.a é tam grande que consegue tornar definitivo o que é de natureza inconstante!

Ainda mais: «dedicará toda a sua atenção ao problema da pesca». Sr. Júlio Martins, nós somos velhos amigos ;• por isso, se há pessoa a quem deseje ser agradável, é a Y. Ex.a Mas isto de dedicar toda a sua atenção a um problema que. pela ignorância dos seus antecessores, ainda não foi posto em equação, não cabe doutro cios limites da benevolência amiga. Realmente, Gsse problema tem. sido com-pletamento desprezado, e ele muito podia concorrer na sua solução para o barateamento da vida. (Apoiados). Com os pescadores que nós temos, que são heróicos na sua aventura pelo mar fora, sem quási elementos de defesa,; que são tam patriotas que ainda outro clia recusaram a riqueza do Brasil para não renegarem a sua Pátria (Apoiados)—se se tivesse olhado com um pouco de atenção para esse problema, muito só teria já concorrido para o desenvolvimento duma riqueza nacional; e era, então, cabida a frase da declaração ministerial. Todavia, ele tem sido resolvido brilhantemente lá fora. Kesolvou-o a Espanha, dentro do seu liberalismo económico, mas assim não procederá, de certo, o radical sr. Júlio Martins. Kesolvou-o a Inglaterra dentro das suas velhas fórmulas e tradições. Resolveu-o a França, defeituoso figurino que tanta s veze^ copiamos, e resolveu-o dotando os pescadores com os elementos necessários ao exercício da sua arte, o dando-lhos um corpo de técnicos em ordem a pôr, do colaboração, todo o esforço da especialidade ao serviço dessa indústria.