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Sessão dê 29 de Novembro de 1920

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educação para que reunam homens que façam uma política diferente desta. (Apoiados).

Eu gosto de atitudes definidas e claras. Para que há-de estar um Governo nas ca: deiras do Poder apenas uma ou duas semanas,, se nós sabemos que para alguma cousa de útil fazer a favor do País ele necessitava de quatro ou cinco meses?

Se há o propósito firme de o derrubar amanhã, derrubem-no já hoje.

Toda a gente que pensa e se julga competente nunca teve a coragem de afirmar que iria fazer uma obra de um momento para o outro. Os mais inteligentes são aqueles que dizem que precisam de pensar.

Sr. Presidente: se eu desejo para, mim tempo para reflectir e estudar qualquer obra particular, porque ó que não hei-de querer ôsse mesmo direito para os Ministros que tom de fazer uma grande obra? Parece-me que este meu raciocínio é o verdadeiro; todavia bom será que seja a oposição, os bem ansiados e os iluminados e de olhos no céu que sejam alcandorados àquelas cadeiras; mas é preciso que não venham o temporal e o raio que os desfaça, e que os seus exércitos destrocados, na precipitação da fuga, não se atropelem ua estrada por ser estreita.' Eu bem avisado andei para com a minha consciência^ dor-mi^ei hoje melhor sobre as minhas pala-A-ras, embora não vá de acordo com alguns membros do meu partido e desagrade ao Partido Liberal, que tentava derrubar o Governo.

• O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Alves dos Santos: — Sr. Presidente: não pedi a palavra para definir a minha atitude em face do Governo que se apresentou ao Parlamento, porque essa atitude já foi definida pelo Sr. Fernandes Gosta, que falou em nome do Partido Republicano Liberal, a que tenho a honra de pertencer.

Também não quoro fazer um exame circunstanciado e uma análise profunda da declaração ministerial, lida a esta Câmara pelo Sr. AK~aro de Castro-; todavia, ontondo quo é do meu dever aproveitar n oportunidade para fazor algumas con-

siderações que são sugeridas por esta declaração ministerial; e assim ficarei mais sossegado com a minha consciência e cumprirei uni dever.

Está acolá um Governo! Esse Governo apresenta-se com um programa para- go-A^ernar! A hora é amarga! A hora é incerta! A crise por que a nacionalidade passa é uma crise tremenda; é um desequilíbrio funesto da vida nacional. Dir--se-ia que a nacionalidade, havendo perdido o rumo, como um barco, a contar com a tormenta, navega num mar agitado, que pode subvertô-la, num instante. . .

As dificuldades com que lutamos são talvez um reflexo do caos em que se encontra o mundo, por virtude da Grande Guerra.

Há, eA'identemente, em todas essas di-"ficuldades uma cota parte que pertence ao desequilíbrio mundial. Mas, Sr. Presidente, deA7emos ter a consciência nítida da gravidade do momento, e das necessidades da Nação; e devemos aproximar essas necessidades das necessidades mundiais, e ver o que importa fazer para tirarmos das circunstâncias o maior proveito possível para o bem da Nação.

Perdõe-me a Câmara esta divagação, que as circunstâncias impõem.

Eu entro já no assunto para cuja explanação pedi a palavra.

A declaração ministerial não satisfaz a expectativa da Nação. Perdõe-me o Governo que o diga. Não direi que o seu programa represente positivamente o vácuo; mas pouco mais representará.

Vemó-nos em presença de banalidades e de lugares comuns. ..

Afirmações de carácter genérico, eis o mais que se encontra aí...

Desde a pasta das finanças, que ó o Gólgota de todos os governos, até a pasta da mísera instrução, não A^ejo no programa do Governo qualquer idea, qualquer promessa que mereça registo especial.

Em matéria de finanças até parece que o Governo apenas quis reeditar o que na «Política» escreveu Oliveira Martins...