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Diário da Câmara dos Deputado»

ziamos ao Parlamento a proposta para a realização do um empréstimo externo.

DÍ7Áamos que não havia nas nossas palavras nem o receio de fugir às respon-sabilidades nem ao perigo e que ,não julgassem que era artifício para nos mantermos no Poder.

- Tinham as armas na mão, que eram depois de votar o orçamento e as medidas financeiras, votar no dia 30 de Junho uma moção de desconfiança.

f;Quo resposta teve o Governo?

Levantou-se um dos leaders e pediu para se realizar nova reunião para apreciarem detalhadamente o que haviam de resolver.

Foi mr.reada nova sessão para o dia seguinte e à hora marcada compareci eu, o Sr. Pina Lopes e o Sr. coronel Baptista. Esperámos até as 16 horas e os leaders alguns não apareceram.

Resolvemos não mais tratar do assunto. Todos sabiam que no dia l de Julho não havia dinheiro para pagar os serviços e só serviu do-se de artifícioâ o poderiam obter.

Portanto era do conhecimento dos leaders, G da Câmara, e portanto dos partidos, no mês do Maio a situação financeira do País, e ninguém se preocirpou, não quiseram dar-nos elementos para governar e evitar que o País chegasse a situação desgraçada em que se encontra.

Havia só a preocupação do ver quem havia de deitar o Governo a terra, quem havia de ficar com a indicação constitii-cional e assim chegámos até fins de Junho que foi quando caiu o Ministério sendo substituído por outro, tendo que, ou cometer ilegalidades ou cessar pagamentos.

Era seguida encerrou-se o Parlamento.

Adoptou o Ministério sempre o expediente quo julgou legal de por um artifício resolver o assunto, e até hoje ninguém, nem nos pr^tidos, nem nos Governos reconheceu a necessidade dum documento que legalizasse a situação.

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É necessário dizer a verdade.

É necessário que essa situação se resolva, mas é necessário que essa questão seja trazida à Câmara deixando-a ver através dossa redoma de cristal, através da qual o Sr. Cunha Liai, das bancadas da oposição queria que se vissem os actos dos Ministros.

Certamente não pode haver na sua intenção, e faço justiça à sua inteligência e republicanismo, o intuito de insinuar seja o que for contra os.seus antecessores, porque se assim fOsse, desrnentir-se--ia a si próprio; mas apesar disso S. Ex.a é também um político e como tal necessita tirar efeitos da atitude do Parlamento. Se, assim é, isso condeno eu, porque o assunto ó bastante grave para ser tratado politicamente e antes deve sê-lo serena e patrióticamente visto que a culpa é de todos e então comecemos uma era nova.

Eu não teria, pois, usado da palavra neste debate se não fosse a atitude desgraçada desta Câmara. Se sessões destas se repetirem muitas vezes, o País deve julgar-nos a todos, a todos sem distinção, por termos esquecido o quo devemos à Hepública o os sacrifícios que por ela, tomos feito.

Entendo, Sr. Presidente, quo este assunto devo ser tratado fora, absolutamente fora da política, no seio das comissões que 'podem muito bom apresentar os seus pareceres dentro de 24 hora?. Para isso bastaria que o Sr. Ministro das Finança» lhes íbrnoeosso todos os documentos quo tom em seu poder, relativos ao assunto. Então a. Câmara resolveria com inteiro conhecimento, e não digo julgaria, porque então teria de condenar todos os seus membros.. .

O Sr. Mem Verdial:—Todos os scjis leaders. ..

O Orador: — Todos os seus membros porque estes tinham obrigação do pedir responsabilidadcs aos seus leaders.

Sr. Presidente: não desejo tomar mais tempo à Câmara, porque se o quisesse o desejasse entrar eni jogos florais ou em largos devaneios oratórios, pediria a todos os membros desta Câmara que tivessem a consciência da hora que passa, da grave, difícil, da aterradora hora que passa, e se deixassem de retaliações, porque por este caminho mal vai o Parlamento e mal vão, sobretudo, os'Governos da República.