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•Sessão de 24 e 25 de Novembro de 1920

porque não quero cometer a ilegalidade que outros Ministros cometeram. (Apoia-, dos). Se V. Ex.as autorizam o aumento da circulação fiduciária, eu resolvo o problema. De contrário, nada há feito, porque eu não quero transgredir o artigo 11.° -da Constituirão; eu quero governar dentro da Constituição. (Apoiados). Eu tenho-lhe o mesmo amor que o Sr. João Oamoosas: não há aqui especialização de amor pela Constituição. (Apoiados).

A Câmara, todavia, já está elucidada sobre o assunto, e por isso eu pregunto: ^; Se daqui a três ou quatro dias já estiverem esgotados os 10:000 contos de que o Estado dispõe, e, imagine a Câmara, Ôste Ministério tiver caído, levando o que se lhe sucedei1 mais do que esse tempo a constituir-se, o que já é costumo — eu ficarei com as responsabilidades dos acontecimentos que com certeza se vão dar e -ainda alcunhado de ter feito especulação .política?! (Apoiados).

E aqueles que andam sempre com a palavra insinuação nos lábios, aqueles qno aproveitam todos os momentos do .gravidado para caírem em cima dos outros como um tigre cai sobre a A'ítima, .não têm o direito de dizer que o Governo faz insinuações; têm apenas o direito de se curvar perante os seus" adversários, dizendo que lhe reconhecem a lealdade do seu procedimento, porque uma cousa ainda paira acima de nós todos, apesar /cias paixões políticas que nos dividem: ó .a, figura sacrossanta da República. Tenho dito. O orador não reviu..

O Sr. António Maria da Silva: — Sr. Presidente : mais uma vez se verificou nesta casa do Par lamento que é fácil produzir palavras que melhor seria que se não pronunciassem ; mais unia vez se abusou das frases de pontifical, e mais uma vez se vem afirmando que se não tinham, feito insinuações. Mas V. Ex.a ouviu, e ouviu toda a Câmara as palavras que vieram daquelas bancadas.

Chegou-se a alvitrar uma sessão se-fireta, pela extraordinária gravidade de que poderiam revestir-se as palavras do Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Ministro das Finanças (Cunha JLial); — ^Mas V. Ex.a supõe quo ou dês-

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pejei o saco?

O Orador: — Diz V. Ex.a que não despejou ainda o saco: lá vem outra insinuação. S. Ex.:i é pródigo nas tais palavras de confusão. Pois que o despeje, na sua frase pitoresca, para ver se duma vez para sempre, nesta casa do Congresso, se despeja tudo para que aqui estejamos com aquela gravidade que deve revestir um representante do país ; para duma vez para sempre acabarem as insinuações; para duma vez para sempre se n3,o fazer dos outros uma idea simples, leviana, inaceitável.

Realmente, S. Ex.a tem imensas qualidades : nunca lhas contestei; os outros têm as qualidades que possuem, e, sob esse ponto de vista, não precisam de lhe pedir nada emprestado.

Afirmou-se aqui quo da mesma responsabilidade económica e financeira tiveram culpa todos os Governos depois de Monsanto. É-me lícito varrer a testada no que me diz respeito. . .

' O Sr. Mariano Martins: — O Governo de V. Ex.:i durou simplesmente oito dias.

O Orador: — Nc^o foram oito: foram vinte e dois dias. Esse tempo bastou para praticar factos que muito me honram, e alguns serviços prestei ao meu país.

Se S. Ex.a julga que me atinge, eslá enganado.

Eu disse aos meus colegas do Ministério: quero eu ter simplesmente a responsabilidade desse acto, que jamais me envergonhará, assim como a meus filhos. Estava então nesse Governo um representante do Partido Popular.

Tomou igual responsabilidade o Governo que se seguiu, e desse Governo fazia parte um Ministro que ainda hoje se senta à direita do Sr. Presidente do Ministério.

Era um crime: não se podia discutir a questão política, porque podia cair o Go-vôrno c ficava no segrôdo a tal cousa grave.