O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 2 de Dezembro de 1920

21

por uma mulherzinha do povo quo ao ar-ruído também acorrera, mereceu da parte doía este substancial conceito que, Sr. Presidente, eu nunca mais esqueci:

«Meninos,, cobrem-se com o mesmo cobertor. .. (Risos)».

Este é agora o caso, Sr. Presidente, da intervenção do Sr. Liberato Pinto, distinto oficial da guarda republicana, hoje sucedânea das funções outrora cabidas à extinta guarda municipal, acorrendo aos escandalosos arruídos levantados publicamente entre os diversos grupos do seu partido, dissidentes ou não.

O último desses escândalos foi de tal ordem que o Sr. Liberato Pinto, em vez de os levar a todos presos para o seu quartel, preferiu compor as cousas metendo-os a todos eles. e ainda mais alguns outros também assomadiços, num mesmo Ministério debaixo da sua constante e suprema vigilância. (Risos e apartes).

Cobriam-se eles, de resto, e pretendem porventura de ora avante cobrir-se com o mesmo cobertor, como dizia a mulherzinha do Porto.

E esse cobertor bem pode ser o futuro programa do Partido Republicano Português ou. .. neo^democrático.

Como V. Ex.a vê, Sr. Presidente, e bem deve ver também a Câmara, esta anedota que contei o que tam interessa damente foi acompanhada, tem na verdade, como eu disse^ os seus bem acentuados laivos de apólogo.

Seja, porém, como for, bem mereceu ainda por isso o Sr. Liberato Pinto, da Pátria e da Eepública, metendo a ordem entre os seus antigos correligionários e procurando satisfazer as pretensões doutros mais irrequietos elementos parlamentares.

Fez um bom serviço de patrulha.

Por isso, Sr. Presidente, sintetizarei, todo o meu modesto discurso, numa fórmula de espectativa benévola, a bem da ordem política tam perturbada anterior mente pelos grupos representados no Governo, esqnftcfindo eu, como já disse, o meu solitário gonfalão ante o Govôrno e aguardando os seus acíos que, espero, venham a ser mais para louvar do que para íepudâar.

O ar&dor foi muito cMmprimentado.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Libcrato Pinto): — Sr. Presidente: começarei por agradecer a todos os Srs. Deputados que usaram da palavra as "frases amáveis e as referências que ao Governo fizeram.

Sob o meu ponto de vista pessoal, podem S. Ex.as estar certos de que, no desempenho do lugar para quo fui chamado, hei-de empregar toda a nriuha boa vontade, toda a minha capacidade de trabalho e as minhas, ainda que restritas, faculdades.

Foram para mim o mais amáveis possível o Sr. António Maria da Silva, lea-der do Partido Republicano Português; o Sr. Pereira Bastos, leader do Partido de Reconstituição, Nacional; o Sr. António Granjo, leader do Partido Republicano Liberal; o Sr. Malheiro Reimão, leader do Grupo Independente; o Sr. Vasco Borges, leader do Grupo Dissidente, e o Sr. José de Almeida, ficando no meu coração profundamente gravada a maior gratidão pelas suas palavras.

Peço, todavia, licença para especializar o Sr. António Granjo, pela situação que ocupa nesta Câmara, visto falar em nome do partido que eu não tive possibilidade de ver representado neste Govôrno, apesar de muito o ter desejado. Foi S. Ex.a superiormente amável para comigo, e há--de permitir que eu faça uma afirmação: como S. Ex.a viu quando era Presidente do Ministério e eu ocupava o lugar de Chefe do Estado Maior da guarda republicana, sempre que me encontro no desempenho de quaisquer funções pracuro apenas cumprir o meu dever. Para mim só há um fim: servir a Pátria e a Republica. (Apoiados).