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Setisáõ de 2 de Dezembro de

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O futuro o dirá.

Não será pelo seu programa que ine disponho agora a apreciá-lo.

Parlo" mostno da hipótese, como simplificação de raciocínio, qUe o programa dôs-to Governo ó taín btím 011 tani inaú co'-rao bons oii maus ibràm os programas de qualquer dos seus antecessores, todos eles, sem dúvida, taín bem intencionados como o actual, sob o £onto de vista dos into-rGáses da Pátria e da Republica, e que todos bu quási todos eles tombaram depois sob os apupos òii vítimas das intrigas daqueles próprios cjue lhes haviam tornado1 possível a vida. Assim, Sr. Prê-sideiíte, não apreciarei o Governo sob o ponto de vista das suas intenções, porquanto cautelosamente me aferrei a dou-trina dó velho prdlóquió «do boas intenções está o inferno cheio. . -».

E não me ocuparei das intenções do Gôvôrno, tanto mais que, sinceramente, não abrigo em meu peito qualquer reservado propósito dê o mandar quanto antes para companhia, salvo seja, do diabo. R idos.

Aguardá-lo hei, no eintanto, nos seus actos, que procurarei sempre no iiiou espírito comparar com as promessas feitas e, mais que tudo, nos resultados e efeitos deles derivados.

Eis, Sr. Presidente, porque - me não considero um cavaleiro andante contra o Gôvôrno 'que vem agora desempenhar-se do seu dever de apresentação ao Parlamento ; mas também não me considero uni cavaleiro andante em prol do Governo. Limito-me só a levantar ante ele, sem arreganho, más também sem desprimor, o meu solitário edòsornado gonfalão. Não virá daqui talvez grande mal ao mundo nem ao Governo, como irònicàrnonte talvez já se esteja pensando em voz baixa, mas o que eu não tenho dúvida alguma a ser o primeiro a repetir em voz alta. (Risos}.

Seja, porém, como for, esta c á minha orientação parlamentar no momento que passa.

Talvez pareça inconsequência da minha parte, tír. Prosidonto, definir esta atitude perante o actual Governo, cuja cJmrpente é quási que a mesma, polo menos nos seus elementos principais o verdadeiramente representativos, que constituiu q efémero Ministério presidido peio Bi5. Álvaro do

Castro, a quem não tenho a menor dúvida em tributar a mais alta homenagem sob o ponto de vista das suas valiosas qualidades pessoais e dos seus comprovados c indefectíveis sentimentos republicanos. Foi ele, Si1. Presidente, uin dos que eu encontrei na primeira fila dos inais m-caiisáveis e intemeratos combatentes contra o pessoalismo intratável e autocrático no Poder, que tal foi o íntimo significado do movimento triunfante em 5 de Dezembro. (Apoiados).

E certo que, abrindo uma excepção p,a-ra com o Ministério presidido pelo Sr. Álvaro de Castro e votando sein declarações a moção de desconfiança aqui apresentada contra ele, o fiz não ptírno demonstração de desconfiança política ou pessoal mas tam só como' manifestação duma indicação parlamentar. Assim explico agora ôsse meu voto', de que uão^nie arrependo e que mantenho como protesto contra a pretensão de se querer conquistar apoios com as intervenções inoportunas, abusivas e intoleráveis das galerias apostrofando os te ou aquele grupo parlamentar e vitoriando este óii àquele Ministro. (Apoiados).

Não há pressões desta natureza que, em qualquer circunstância, conquistem o meu voto.

.Ontem, coinò hoje. Hoje; como amanhã. (Apoiados}.

Ora o actual Ministério, Sr. Presidente, tal como o do Sr. Álvaro de Castro, apesar de constituído também por um perseguido do dezembrisnio, apresenta-se com um ligeiro matiz dezembrista, pela colaboração primacial que lhe imprime uma das mais evidenciadas figuras que cooperaram na vida política desse turvo período da no?sa história política.

Refiro-me ao Sr. Ministro das finanças, cuja presença no Governo parece dever indicar o propósito de se irem ate-nríiiído tanto .quanto possível as funct^ divergências e os dolorosos conflitos abertos pelo 5 do Dezembro, ou melhor talvez, já antes do 5 de Dezembro no campo republicano.

Não vejo eu nisto motivo, Sr. Presidente, para ver com maus olhos o Governo.