O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

26

Diário da Câmara dos Deputados

retalhista, e não o pôde impedir, porque fez o que tinha feito todos os legisladores: ao acaso marcam um preço inferior ao que as leis mandavam. E assim foi tabelado o azeite a 1$

Passado algum tempo outro Ministro da Agricultura, animado dos mesmos bons propósiti s, fez a operação comercial ao abrigo dum diploma.

Modificou modus vivend».

Anulou a garantia da lei: e o género faltou.

Conclusão: a política do tabelamento feita para o azeite e outros géneros, como a manteiga que o Sr. António Granjo tam bem conhece, deu em resultado os preços não garantirem os interesses do comércio.

Mas, Sr. Presidente, a liberdade do comércio pelas mesmas razõ s que apresentei, não tem dado, não dá nem nunca dará pelas mesmas razões resultados satisfatórios.

Assim as considerações do Sr. António Granjo neste capítulo não foram felizes, se bera que elas não viessem a propósito do assunto em discussão da Agência Financial vendo-me eu obrigado igualmente a referir-me a elas para responder a S. Ex.a

Vejamos as opiniões do Sr. Granjo com respeito à garantia e efectivação de programas de Governo.

Eu, Sr/ Presidente, a este respeito, devo dizer muito francamente à Câmara de que quási sempre o Sr. António Granjo, como político, põe os seus actos em manifesta discordância com as suas afirmações da véspera.

S. Ex.a fez cair o Governo da presidência do Partido Republicano Português, do qual fazíamos parte, e disse que o fizera por ele não ter um programa go-vernativo qu^r financeiro quer económico e pelos seus membros estarem deslocados, com competência é certo, mas fora dos seus lugares.

Assim nós julgámos todos quo S. Ex.% ao ser chamado para formar Governo e ao tomar a responsabilidade da governação do País, nos apresentasse um programa nos termos em que S. Ex.a nos falara; porém, nós, Sr. Pre^dente, tivemos ocasião de ver que tal assim não era, e que as pessoas que formaram o Governo se achavam igualmente deslocadas.

Já vê portanto a Câmara que os seus actos estão sempre em discordância com as suas afirmações da véspera, e se a Camará se der ao trabalho de consultar os anais parlamentares, verá a verdade do que acabo de expor.

Por mim, quando foi da apresentação do Governo do Sr. António Granjo, tive ocasião de apreciar o prograira de 8. Ex.a e do Governo, com dois documentos, a saber:

A declaração ministerial, discurso por S. Ex.a proferido nesta casa do Parlamento quando da interpelação feita ao Ministro das Finanças de entiio, e o discurso proferido pelo Sr. Brito Camacho feito seguichi mente à constituição do Partido Liberal, tendo apresentado então várias considerações tendentes todas a mostrar que os actos de S. Ex.a estavam sempre em manifesta discordância com as suas afirmações da véspera.

Disse então V, Ex.a que o Partido Republicano Liberal, ao tomar as responsa-bilidades do Governo, não se esqueceria daqueles elementos que S. E>:.a reputava necessários para fazer uma ob :a profícua; porém, nada disso se deu durante os meses que S. Ex.a se conservou no Poder.

Precisa este Governo, precisa qualquer Governo, para poder viver, d i reconquistar aquela confiança que o Pa s já perdeu nos Governos, e que teve ap( nas um parêntesis quando S. Ex.a foi Governo. Oh! Sr. Presidente, é preciso ter vivido a dentro do âmbito restrito do Terreiro do Paço para se poder fazer esta afirmativa!