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Sessão de W de Janeiro de Í921

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deiras tem de lutar para salvar a nação do abismo, o que S. £x.a fé/ era nome dos interesses nacionais, fazendo essa denúncia do contrato da Agêacia Financial. Assim, o Sr. António Graujo, pretendendo falar em nome do Parlamento, e dizendo que a Câmara seria incapaz de se solidarizar com o Sr. Ministro das Finanças, no que disse a respeito do certa imprensa, cometeu unia grave injustiça.

0 Parlamento não pode deixar de se solidarizar com o Sr. Ministro das Finanças acerca de certa imprensa, sob pena de se desonrar.

Quando o Parlamento não quis deixar passar de ânimo leve o projecto chamado de navegação, também se levantou a mais feroz das campanhas, chegando-se a pugnar pelo princípio da dissolução.

Não, Sr. Presidente, eles queriam, — dí-ziam-no à boca calada, nos conciliábulos dos cafés, à mesa do hotéis, no Avenida Palace, —fazer um Parlamento melhor do que o que estava, que cuidasse, melhor dos seus interesses, porque eles iriam então para a campanha eleitoral, pondo ao serviço do determinados políticos, felizmente que não disseram quais eram, aqueles caudais de ouro que fossem necessários para corromperem as consciências, a fim de elegerem indivíduos que viessem para o Parlamento, não a defender os in-. teres só s da Pátria e do regime, mas os seus cofres.

1 iulolizmente que a campanha para a •dissolução, por vezes encontrava justificação até no próprio procedimento do Parlamento! Eu recordo-me que sempre que alguém, mormen^e das bancadas pó-, pulares, tocava questões dizendo respoito as interesse colectivo, tratando as com a boa vontade de acertar, eles, entendendo que nós não estávamos a faz~-r aquilo que eles chamavam o seu jogo, orieutavarh contra nós a chamada campanha do paleio. Eu fui um dos visados. Nessa altura eu tive ocasião de ver o desejo revelado por todos os lados da Câmara, no sentido de se fazer uma sessão ruidosa de resposta a essa campanha de paleio.

j Mas hoje não só fazem essas campanhas de paleio! E a razão disso, V. Ex.a a conhecerá. Hoje, desde qu.1 soja visar o' Sr. Ministro das Finanças, desd.s que seja visar o partido a que S. Ex.a pertence e o Governo de que S. Ex.a faz parte, pode

falar-se dez, vinte, cinquenta dias, podo o Sr. António Granjo falar a sua existência inteira, que não há meio de se fazer a campanha do paleio. As razões disso V. Ex.a e a Câmara em peso avaliarão delas.

Sr. Presidente: tive ocasião de dizer ontem à Câmara que as minhas considerações possivelmente não seguiriam aquela trajectória-de lógica que era de esperar de uma criatura que porventura se tivesse preparado para tratar, de uma questão tam importante como é a da Agência Financial. Tive ocasião também de dizer ontem à Câmara que não era propósito meu, por falta de conhecimentos, e só por isso, entrar neste debate. Todavia as considerações do Sr. António Granjo a isso me forçaram. E assim, se não encontrarem lógica nas minhas considerações, e possivelmente não a encontrarão, a responsabilidade do facto cabe não a mim,' que desejaria pOr uma certa sequência nos meus raciocínios, mas a falta de sequência quo o Sr. António Granjo ourem teve ao fazer as suas considerações.

Disse S. Ex." que a situação do ilustre titular da pasta das Finanças, classificada de angustiosa no presente momento, era nem mais nem monos do que a simação angu«tiosíssima que S. Ex.a, Presidente do Ministério, há dois dias encontrara' quando tomara conta do Poder. Não é bem assim, porque as responsabilldades, as dificuldades que o Sr. Ministro das Finanças e o actual Governo têm resolvido e têm para resolver, são as mesmas, é certo, que encontrou o Sr. António Granjo e o seu Governo, nias são agravadas ainda com aquelas'que o Sr. António Granjo e o seu Governo lhe criaram. (Apoiados}.

Não é difícil, compulsando os documentos oficiais, ver quanto são verdadeiras as afirmativas que acabo de produzir, e que o Sr. Ministre das Finanças teve ocasião de apresontar nesta Câmara com verdadeiro rigor da situação do Tesouro neste momento.

O Sr. Ministro das Finanças teve ocasião de apresentar os encargos do Tesouro Português em 2 de Novembro de 1920, somando um milhão, cento e setenta e oito mil libras.