O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 19 de Janeiro de 1921

27

blicano Liberal primasse por colocar nele as suas primeiras figuras, aquelas que estavam, à altura da gravidade do momento, nós vimos perfeitamente o contrário. Nós vimos que esse Partido pela sua própria acção se revelou absolutamente impotente e incompetente para assumir os destinos da governação.

Falou o Sr. António Granjo em especulações possivelmente feitas pelo Banco Português do Brasil, parte contratante, no contrato relativo à Agência Financial, pelas possíveis especulações feitas, não só por outros Bancos, mas ainda pelo pró-o prio agente financeiro.

S. Èx.a, que foi Ministro das Finanças interino, e que teve no seu Governo um Ministro das Finanças do seu Partido, tinha por obrigação, sabendo as especulações qu-> ¥€> praticaram à sombra do contrato de 31 de Maio de 1919, não só de pôr cobro a elas, como de chamar à responsabilidade aqueles que, deturpando a lei. tivessem prevaricado.

Sr. Presidente: não me consta que o Sr. António Granjo, que foi Ministro das Finanças, interinamente, e o Sr. Inoeêncio Camacho, que geriu como efectivo essa pasta, tivessem procurado encontrar essas possíveis especulações da Agência Financial do Rio de Janeiro.

Deu-se, ou pretendeu dar-se, foros de importância a essas possíveis especulações.

Se não se chegou ao ponto de as considerar como coeficiente único da desvalorização de nosso dinheiro, quási que o atingiram. Contudo, Sr. Presidente, não pôs ainda em foco, perante a Câmara e perante o País, o valor que teve a vida do Consórcio Bancário, em correlação íntima com Conselho Eegulador do Comércio Geral e Câmbios, para se ver até que ponto a acção anárquica, a acção desorientada, a acção por vezes ilegal destas duas instituições influíram na divisa cambial..

Ó Sr. Inoeêncio Camacho, que presidiu desde o início até final à comissão executiva regulurizadora do comércio geral e câmbios, tinha por obrigação, quando Ministro das Finanças, de providenciar no sentido de pôr termo a todos os abusos que pudessem, dar-se e que se deram, constituindo a sua prática talvez o maior coeficiente da depreciação da nossa moeda. Nada fez. porém, nesse sentido.

Disso não tem responsabilidade nem o meu Partido, nem o Sr. Ministro das Finanças, Cunha Leal.

Mas hoje assacam ao Sr. Ministro das Finanças todas as responsabilidades!

Mas pode S. Ex.a muito bem com todas elas!

Sr. Presidente: atendendo a que a hora vai adiantada, atendendo ainda a que o debate vai já demasiadamente longo, eu vou terminar, e vou terminar como o Sr. António Graujo terminou.

S. Ex.a, ao falar dos actos do seu Governo, abusava da cacofonia «por razões».

S. Ex.a, que não encontrou na argumentação fulminante do Sr. Ministro das Finanças qualquer ponto vulnerável em que pudesse tocar, amachucando o Ministro, que foi rebuscar uma frase vinda num jornal, para tirar dela a conclusão de que o Sr. Ministro das Finanças não era um homem de fé.

Ora, Sr. Presidente, não há em toda a vida do Sr. Ministro das Finanças um único acto pelo qual possa ter mostrado falta de fé nos destinos da República e nos destinos da Pátria.

O Partido a que S. Ex.a pertence tem sempre demonstrado que todos os homens que o constituem se encontram animados na mais ardente fé nos destinos da República e da Pátria!

Essa fé a tem proclamado o meu Partido por toda a parte em que tem tido ensejo de se fazer ouvir.

.Não era, pois, legítimo ao Sr. António Granjo tirar a conclusão que tirou.

Mas, Sr. Presidente, trata-se de fé de mais ou fé de menos.

Talvez que o Sr. António Granjo tivesse a posição de fé de mais.

Em última análise, o Sr. António Granjo que, dizia S. Ex.a, procurava afastar aquelas condições que podiam ser os factores perturbadores'da questão principal, não fez mais do que atirar sobre a questão principal punhados de areia. Tenho- a impressão de que varri esses punhados de areia.

A questão está, pois, nos seus primitivos termos, nos termos em que a pôs o Sr. Ministro das Finanças.