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Sessão de 24 de Fereretro de 1921

que elos se resignem-u deixar tombar o edifício soberbo que ajudaram a erguer, parados, de braços cruzados, a olharem uns para os outros, como os corredores nas maratonas, antes do sinal de partida. (Risos).

Sr. Presidente: falei de crise do Parlamento. R um grande escritor espanhol, não sou eu, que diz que o parlamentarismo está em crise em todo o mundo. Os seus dois grandes defeitos são: a incompetência e a ineficácia. (Apoiados).

Incompetência porquê todos os problemas têm presentemente uma solução rigorosamente scientifica ou comercial. Carecem portanto os Parlamentos de ter, no seu seio, o maior número de competências.

Ineficácia porque tendo cada1 vez maior tendência a invadir as atribuições do Executivo, mas, não mandando, sucede que não manda nem deixa mandar.

O Govêrao entre nós, ao entrar no Parlamento, logo no primeiro dia tom o ar de bando de criminosos célebres, como os da Camorra ao irem tomar o seu lugar do réus no tribunal que os vai julgar.

E preciso acabar com este espectáculo!

Tomemos conta ao Executivo dos seus actos, mas deixemo-lo livre de cumprir a sua missão sempre que os homens que ocupam as cadeiras do Poder sejam competentes naquilo que é das suas atribuições.

É bem. triste constatar que no nosso Parlamento quási se não faz mais do que torneios oratórios e arrastar discussões políticas, na mira, sobretudo, de derrubar Governos. Já assim sucedia nos tempos da monarquia, e não mudámos, ao que parece, depois de 5 de Outubro. Quási um mês se levou às voltas com o contrato dos trigos e carvões, que deu em terra com o Ministério Granjo ; outro tan-fo sucedeu com a discussão da Agência Financial do Brasil, em que naufragou o Governo Liberato Pinto. (Apoiados).

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Sr. Presidente: disse que.crises económicas terríveis as estão sofrendo todos 09 países. Que me desculpe a Câmara se em demasia estou abusando da sua benevolência e da sua atenção, mas não quero deixar de passar em breve revista o,que vai por esse mundo. Angustiosos brados se ouvem, com efeito, em toda a parte.

O Ministro das Finanças da Bélgica acaba de dizer num relatório: «A situação do Tesouro é grave, a dívida pública eleva-se a 30 biliões de francos, a dívida a curto prazo é de 2, biliões». A dívida flutuante é enorme. K preciso em 1921 criar receitas de 6 biliões e meio contra 11 biliões de despesas, sendo as receitas actuais apenas de 4 biliões e 789 milhões».

Se nos voltamos para a Inglaterra vemos 1.200:000 operários sem trabalho, 23 libras de capitação, e a sua principal fonte de receita, o carvão, em perigo, porque, em consequência de grandes contratos que a França acaba de fazer com a América, por largo prazo, o Governo vê-se agora obrigado a aproximar o preço de exportação do preço para dentro do país.

Na França a capitação é de 430 francos e a liquidação de 31 de Dezembro último aproximou-se, na opinião do Ministro das Finanças, da autêntica bancarrota. Desde 1907 que tal não sucedia.

Na América, apesar da enorme abundância de ouro, a exportação diminui assustadoramente, tendo como consequência a maior chômage de que há memória naquele país, e que a tantos dos nossos colonos portugueses lançou na miséria.

Sr. Presidente: <_0 que='que' no='no' país='país' nosso='nosso' dito='dito' p='p' alarmantes='alarmantes' se='se' angustiosos='angustiosos' quantos='quantos' brados='brados' tem='tem' _='_'>

O ilustre leader do Partido Democrático, o Sr. António Maria da Silva, com um desassombro que muito o honra, mostrando compreender bem que a hora é de verdade, disse que o país tem estado a saque.