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Diário da Câmara do» Deputado»

ainda hoje são pagos em ouro a navios estrangeiros, creio que numa totalidade de 30 a 40:000 mil libras por mês ?

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Sr. Presidente: declaro-me incompetente para tratar de assuntos económicos. Mas pregunto a mim mesmo:

Eu creio que não. É esta a impressão que me ficou das conversações que tive, por vezes, em Paris com pessoas entendidas, e que me disseram que nunca como agora a França tanto carece de produtos nossos. (Apoiados).

Apesar de todos os embaraços da guerra e dificuldades de comunicações, o aumento total da exportação em todas as nossas colónias foi em 4 anos do 44 milhões de libras. Só Angola passou de l milhão a 4 milhões. Em Moçambique de 2 milhões a 22 milhões! Mas a situação política desses dois grandes países é um pouco delicada; a de Moçambique principalmente; envolvida num círculo agressivo de ambições, de rivalidades e de mal disfarçadas cobiças (Apoiado). E desgraçadamente, mesmo dentro da colónia mau s portugueses favorecem manejos suspeitos, ou pelo menos cuidam mais dos interesses de países rivais do que dos da própria pátria. (Apoiados). Que o digam os engajadores de trabalhadores para o Transvaal.

Já no tempo da monarquia eu combati com ardor os exageros da emigração, largando de mão esse instrumento precioso do trabalho a troco de ilusórias chuvas de ouro.

Em longos anos de vigência do convénio a experiência tem mostrado que infelizmente era eu e os que como eu pensavam que tínhamos razão.

^E o que foi esse convénio?

Uma grilheta que para todo o sempre ficou amarrando a nossa colónia aos destinos da União.

A campanha patriótica que provocou a sua assinatura passou depressa como passam todas, j | Quem, se lembra hoje em Portugal de que desde essa época temos de tolerar representantes do Transvaal na administraçSB do porto de Lourenço Marques e que segundo uma outra cláusula, Portugal não poderá estabelecer nenhum novo regime de trabalho em toda a província de que possa resultar diminuição de exportação de braços para o Transvaal!

Dizem os engajadores, o i^ue hão-de eles dizer, que os pretos ao voltarem trazem muito ouro. Eu que vivi longos anos na colónia de Moçambique, posso dizer que, com excepção dos pretos da região do sul que sabem o que fazem, os da Zambózia e do norte da província deixam-se despojar do que trazein às vezes antes mesmo de chegarem à fronteira, em troca de farrapos e guarda-sóis velhos!

Sr. Presidente: é minha convicção de que a Inglaterra, sentindo qu9 a África do Sul acentua cada vez mais as suas tendências separatistas, procurará impedir a realização do grandioso sonho de Cecil Ehodes, opondo-lhe uma barreira que vá de uma a outra costa. Eis onde está o perigo que só poderemos arredar, trabalhando corajosamente e muito (Apoiados) e liquidando rapidamente todas as velhas discussões de fronteiras e outras que, arrastam desde longos anos, 1anto mais que sem desprimor para a nossa aliada se pode afirmar que sob certos pontos de vista não lucramos muito com a mudança de vizinhos. (Apoiados).

No tocante a política exterior tive a honra de dizer nesta casa do Parlamento o que penso, mas volto a insistir em que a nossa diplomacia carece de ser mais vir gilante e activa. Se assim sucedesse no Rio de Janeiro quem sabe se muita sen-saboria se não teria evitado. (Apoiados).

Não conheço pessoalmente o Sr. Duarte Leite; mas ouço dizer que é um homem de sciência de grande envergadura e com um passado brilhante. Quere-me, porém, parecer que se S. Ex.a acudisse na devida oportunidade os recentes con-fiitos que todo8 deploramos não teriam atingido agudeza nem extensão.