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Diário da Câmara ao» .Deputados

que se podem realizar economias, e digo coragem porque, emperrada como está a marinha, para o mais ligeiro encontrão é preciso despender um esforço colossal!

No tocante ao exército, não há dúvida de que o Sr. Ministro da Guerra tem cumprido a promessa t^ue me fez de realizar as possíveis economias nas despesas com adidos militares, ravitaillement, missões várias de estudo no estrangeiro, etc. Algumas outras providências, representando também economia, têm sido tomadas.

Mas permita-se-me afirmar que nesta hora em que é necessário restituir à terra o maior número de braços, tanto mais que uma das lições da recente guerra ó que em cinco meses se pode organizar um exército, desde que., é claro, aão falte o material, se deve caminhar corajosamente para o licenciamento máximo, facilitando-se as licenças ilimitadas aos oficiais, contando-se-lhe por inteiro o tempo de serviço, recebendo eles uma parte do soldo, j Quantos desses oficiais não iriam logo para diversas empresas nas colónias ou na própria metrópole, udlizar as suas grandes aptidões! Apoiados}.

Concordo inteiramente com as considerações que ontem fez o Sr. António Granjo sobre a necessidade de se prestar grande atenção às escolas das especialidades, tanto mais que na guerra, de futuro, as armas serão sobretudo a aviação, os tanks, etc., que felizmente estão ao alcance da bolsa mesmo das nações mais pobres e pequenas.

fabrico de material de aviação dentro do país V Não faltam competências nem entusiastas. (Apoiados).

A quem vir mal que eu esteja a tratar de economias e a apresentar alvitres a realizar no exército responderei que tenho autoridade para o fazer, visto que ninguém com mais ardor se tem esforçado por estreitar cada vez mais a boa harmonia que sempre deve existir entre os dois grandes ramos da grande família militar, cada um com a sua função, mas intimamente ligadas, sendo crime de lesa pátria tudo quanto se faça para cavar entre elas abismos e cizânias. (Muito bem,. Emfim, Sr. Presidente, é necessário fa-

zer economias heróicas, como diz Poínca-ré, mas economias heróicas n£o são economias pouco inteligentes o contraproducentes.

Heróicas são, por exemplo, as economias, embora por vezes pequenas, mas que, por serem feitas sem se cuidar de saber, se desarranjam amigos eu inimigos pessoais ou políticos, dão força moral para então se exigirem os maiores sacrifícios e conquista se a confiança da nação inteira. (Apoiados}.

Quanto à valorização das riquezas nacionais, creio não poder haver duas opiniões sobre o que é entre nós a rude realidade. Raros estadistas nossos têm ousado abordar com inteligência e firmeza esses problemas fundamentais, não lhos faltando, no emtanto, energia para entravarem sistematicamente e inatarem logo à nascença tantas e tantas iniciativas. Que-re dizer, não fazem nem deixam fazer.

Desde que me entendo que ouço, por exemplo, falar em irrigação de Alentejo, em quedas de água, no apetrechamento do porto de Leixões e da Figueira, na exploração de inúmeras minas e matas que temos, no problema da transferência do Arsenal para a Outra Banda, que vem desde o Marquês de Pombal; na valori-rização da marinha mercante, factor decisivo da prosperidade das nações; em tratados de comérdio, etc. Tenho ouvido dizer que os nossos estadistas nãO'tém abordado estes problemas com receio dê que os acusem de tirarem lucros. Pois quem assim pensa risca o seu nome da lista dos homens de Estado, e não abre mais boca.

Sr. Presidente: se Pombal, quando sentiu as primeiras setas cravadas pelos invejosos do seu poder e da sua inteligência, e os primeiros assaltos dos jesuítas, áe tem metido em casa talvez q ia Lisboa estivesse ainda por reconstruir.

Estão entregues ao estudo de:3ta Câmara projectos de lei da iniciativa do Sr. António Fonseca e que parece deverem ser sem demora discutidos, de grande interesse para o País: o relativo a estradas e a protecção das indústrias.