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Sessão dê 24 de Fevereiro de 10Í1

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Vozes: — Não apoiado.

O Orador:—Mas como, repito, talvez seja esta uma das últimas vezes que falo nesta Câmara, eu permito-me fazer uma calorosa exortação a todos os homens públicos.

Basta de ódios; acabem as discórdias! Basta de agravos,, basta de pedradas! Haja ponderação! E preciso trabalharmos todos, governantes e governados; é preciso que dêmos a impressão lá fora de que Portugal não é uma fogueira e de que, como muito bem disse João Chagas, «se o Estado português é .republicano, a Pátria portuguesa é de todos os portugueses» ; e só assim a bandeira da República flutuará com uma carícia de paz e de amor, sobre todos os portugueses, mesmo sobre aqueles que não sendo partidários do regime republicano, possam à sombra dela ajudar lealmente a salvar a Pátria. (Apoiados).

Sr. Presidente: são estes os votos que faz o mais humilde dos representantes da nação e o mais modesto dos soldados portugueses. Eu não tenho ambições! Não quero nada para mim. Se quisesse ser Ministro já o tinha sido. Por três vezes fui convidado e nunca aceitei porque entendo que para ser Ministro é preciso ter uma grande preparação jurídica. Não a possuo, estando já ,velho para a adquirir. A minha única aspiração é não tornar a ver mais sorrisos de dó ou de zombaria quando se fala lá fora do meu país; a minha maior ambição é que esses filhos que agora é moda serem-me atirados à cara sempre que toco em qualquer estômago confortado, que esses filhos não tenham de corar quando ouvirem falar no pai.

Vozes:—Muito bem. O orador não reviu.

ORDEM DO DIA

O Sr. Presidente:—Vai entrar-se na ordem do dia. Está em discussão a acta. Pausa.

O Sr. Presidente:—Como ninguém pede a palavra, considero-a aprovada.

Em seguida, deu-se conta do expediente para o qual era necessária resolução da Câmara,

O Sr. Presidente:—Os Srs.Deputados que têm documentos a enviar para a Mesa, podem fazê-lo.

O Sr. João Águas: — Sr. Presidente : pedi a palavra para mandar para a Mesa um projecto de lei, e agradecendo a V. Ex.a a fineza de ma ter concedido, não faço considerações acerca dele, limitando-me a dizer que se trata dum assunto de grande humanidade, visto que diz respeito às serventes contratadas das escolas priirárias, que, não podendo ser nomeadas definitivas, foram postas na rua por terem terminado o seu prazo de contrato.

E uma desumanidade, porque se atira assim para a rua e para a fome com mais de trinta pessoas.

Por esta razão e visto que o assunto não é muito complicado peço a urgência para o meu projecto de lei.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Marques de Azevedo :— Sr. Presidente : pedi a .palavra a fim de mandar para a Mesa um projecto de lei, para o qual peço urgência e dispensa do Regimento.

Sobre ele não bordo considerações, visto que diz respeito a um homem que merece uma consagração de todos os republicanos. .

Depois de consultada a Câmara, foi aprovada a urgência e a dispensa do Regimento, para o projecto de lei do Sr. Marques de Azevedo.

E o seguinte:

Projecto de lei

Artigo 1.° E autorizada a comissão promotora do monumento ao falecido jornalista França Borges a mandar fundir no Arsenal do Exército, gratuitamente, esse monumento, para o qual já foi concedido o bronze necessário pela lei n.° 890.

Em 24-2-21.— A. A. Marques de Azevedo.

Posto à votação, foi aprovado sem debate.