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Diário da Câmara do» Deputados

O Sr. Augusto Dias da Silva:—Eu tinha pedido a palavra para um pedido urgente !

O Sr. Presidente: — V. ^Ex.a pediu a palavra para quando estivesse presente o Sr. Ministro do Trabalho. S. Ex.a ainda não compareceu nesta Câmara, o assim, entendi que não tinha chegado o momento de conceder a palavra a V. Ex.a.

O Sr. Augusto Dias da Silva: — O que é bastante estranhavei é que o Sr. Ministro do Trabalho nHo tenha comparecido nesta sessão.

O Sr. Homem Cristo: — Sr. Presidente: pedi a palavra para ler à Câmara um papel largamente distribuído em Lisboa há dois ou três dias o que Ibi escrito na polícia. Não digo pela polícia, digo na polícia, por um dos seus mais ínfimos íun-eionários, que, todavia, se atreve a dirigir-se nos termos que a Câmara vai ouvir ao Sr. Presidente do Ministério.

Devo advertir desde já que 6 a única importância desse papel. A única importância desse papel ó ter sido escrito na polícia por uni dos seus ínfimos funcionários, é certo, mas com conhccimonto doutros do categoria superior, e dirigir-se cm termos imperativos ao Sr. Presidente do Ministério.

Vou ler:

a Ao País».

Ao País. Noto a Câmara: ao País.

«Ao País.—Há diversos macacos com óculos e bigodes já grisalhos, que de tempos a tempos, o conforme a conveniência, só entretém a achincalhar a lionra daqueles que, a todo o transe, defendem a República. Aparece agora o bandalho do Home'm Cristo, dizendo que o grupo carbonário Os Trese, tem recebido dinheiro para a defesa da República.

Triste'idea a de semelhante traste, eui fazer a afirmação que foz; pois couvença--se esse desvergonhado velho, que esta colectividade tem a força precisa para fazer provar-lhe o que ele afirmou.

-Por este moio convidamos o pulha du Aveiro a provar ou desmentir o que afirmou, pois em caso contrário, fique sabendo o macaco de Aveiro que encerraremos na Jardim Zoológico, pois só lá. com

bicharia que nos merece mais admiração, é que está bem.

Queremos provas. Não só a;s pedimos ao Sr. biltre do Aveiro; pedimo-las também às supremas autoridades do País. Pedimo-las também ao Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Ijiterior. Essas autoridades poderio falar, e não esse bandido que, dizendo mal do tod.i a gente, não teve tempo de se ver a um espelho. Esse malandro, Osso tratante, esse cão que conspirou contra a República, conspiração em que anda empenhado e guiado pelo pulha do seu filho, que prove as afir mações que fez. Queremos provas.

Rogamos ao Sr. Ministro do Interior, ordene um rigoroso inquérito sobre um assunto que vai atingir a hoara de honestos trabalhadores.

Pedimos para que Csso inquérito seja feito. Sc tivermos culpas ircmcs nós próprios para a prisão. Se o pulha de Aveiro se entretém em fazer afirmações da mais pulha e porca intriga, meta na prisão esse pirata-mor, porque outros com menos crimes lá estilo.

Portugueses! Republicanos!

O grupo carbonário Os Trcse só tendo em mira a defesa da República sem o mínimo interesse, deseja varrer a sua testada ficando, por esta forma, convidado o Cristo de Aveiro a provar o que afirmou, pois om caso de se manter cm silêncio sobro este tam importante assunto será chamado à responsabilidade. — O Comité».

Ora antes do mais nada, devo declarar que eu nem sequer escrevi que o Grupo dos Trozo recebeu dinheiro do Sr. Libo-rato Pinto. É uma torpe especulação. Uma miserável intriga. E com essas especulações o intrigas infames se têm organizado todas as fitas do crimo político om Portugal.

Se declaro que iiíto escrevi que o Grupo dos Treze recebeu dinheiro do Sr. Libo-rato Pinto, não é para dar satisfações, por mínimas que sejam, ao iiutor ou autores da pasquinada, mas para pôr em inaior relevo toda esta miséria moral, que envergonha o, País, que diminui a República, que atenta contra a dignidade nacional.