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Diário da Câmara dos Dcputaãoê

dos Treze de que era presidente honorário o seu colega Liberato Pinto, autor do papelucha que acabo de ler à Câmara e que em plena polícia declarou, alto e bom som, sem pejo nem receio, que mo havia de assassinar. Pois que venham os assassinos. A mim não me metem modo. Não vim a esta Câmara para ficar calado diante de atentados desta ordem nem para ré cuar perante bandidos dessa natureza. E n^o 6 por fanfarronice nem por valentia que clamo aqui e em toda a parte que n3o cenho medo. Nilo pretendo as honras de valontc^o, antes as rejeito. Mas tenho, e isso me basta, a consciôncia do meu de ver. Que venham os assassinos. Mas qu<_.-se a='a' e='e' coitaroi='coitaroi' oz='oz' língua='língua' infâmia='infâmia' calúnia='calúnia' p='p' eu='eu' lhos='lhos' se='se' perversa.='perversa.' estrangularei='estrangularei' lhes='lhes' vierem='vierem' não='não' da='da' quanto='quanto' porque='porque' antes='antes' apressem.='apressem.'>

Isto ó urna vergonha, Sr. Presidente. Uma vergonha nacional e uma ignomínia para a República. Bastaria um assomo de ' energia da parto dos Governos para que estes bandidos rscolhossom aos soas antros. Os Governos, porém, põem-se do cócoras diante deles. Positivamente de cócoras diante deles, deixando os à vontade falar e proceder. Dominam todas as vozes os uivos destes lobos. Ninguém ouve o Sr. Presidente da República. Fala baixinho o Sr. Presidente do Ministério. Mas uivam alto estes lobos. É uma falta de coragem, moral que assombra. Pois a coragem moral, em que pese aos vaiou tftes, »'" a primeira e a mais nobre delas todas.

Sr. Presidente: já que estou tratando de solidariedades soja-mo permitido pregun-tar ao Sr. Presidente do Ministério quais foram os motivos que levaram o Govôrno a mandar proceder a um inquérito aos-actos do comandante da guarda nacional republicana. Não discuto o mruérito. O inquérito não está concluído. -Aguardarei que se conclua e, se o julgar E.ecessárío, falarei então. Por emquanto apenas desejo saber quais foram os motivos orn que se fundou, para o determinar, o Sr. Presidente do Ministério o Ministro du Interior. Que o general comandante da guarda estava dentro da lei quando mandou passar guia ao tenente-coronel Liberato Pinto, a fim de.êste só apresentar no Ministério da Guerra, nEo há a menor dúvida. Dá4ho essas atribuições o próprio estatuto da guarda. Estava, pois, ao sou direito. Di-

reito de que tem usado largamente com soldados, sargentos e oficiais, srni ninguém lhe pod'r contas. Porque lhas pediram agora? ;.Ppr o Sr. Libcrato Pinto ser membro do Directório do Partido Republicano Português?

Este ponto é-muito importante e não pode passar em julgado, que seria um terrível precedente.

^Reclamou o tenente coronoí Libcrato Pinto? Do qn? e porquG? Recorreu? ^Como, se sem reclamação niío pode haver recurso? Queixou-se? Eis o que eu desejo saber. Posso afirmar à Câmara que pelas vias competentes, como lhe impõe o regulamento disciplinar do exército, não se quoixou elo. E só por Osso facto, por esse simples facto, teria incorrido, se porventura se houvesse queixado ao Sr. Ministro do Interior, nas penas do regulamento. Mas o Sr. tenente-coronel Liberato Pinto não se queixou ao Sr. Ministro do Interior. Queixou-se efectivamente. Mas uao ao Sr. Ministro do Interior. Queixou--se ao Directório 3o Partido Republicano Português, do qual fazem part3 alguns dos Ministros presentes, e foi o Directório do Partido Republicano Português que, tornando-se solidário com o sen colega, o ex-chofe do estado maior da guarda, impôs o inquérito ao Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior!

Eis um uovo exemplo de solidariedade, do atentatória solidariedade, e eis a gravidade do caso, Sr. Presidente. Neste caso há duas partes, que é forçoso distinguir: a parte política e a parte disciplinar propriamente dita. A parto disciplinar deve-so adiar, para que se mio perturbe a acção da justiça. Mas a parte política deve ser tratada imediatamente.