O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18

Diário da Câmara dos Deputado»

por mim apresentado e que é indubitavelmente duma grande importância.

Esse projecto diz respeito às escolas de recrutas.

A instrução militar preparatória é o nome errado dum grande objectivo que se procura atingir entre nós.

Aquilo que em outros países se chama instrução militar preparatória não é outra cousa senão a educação física da mocidade que entre esses países tem tomado um desenvolvimento prodigioso que o nosso país está ainda muito longe de alcançar.

A organização de 1911 estabeleceu as bases fundamentais da instrução militar preparatória, mas a verdade é que o orçamento do Ministério da Guerra irrisòria-mente destina apenas a tam larga e demorada obra a verba de 27 contos!

Quando se' discutiu nesta Câmara esse orçamento, eu prenti transferir essa verba para o orçamento do Ministério da Instrução, na esperança de a ver aumentada como merecia e destinada à cultura física e ao "desenvolvimento do desporto, conseguindo rapazes decididos, enérgicos e robustos em condições de desempenharem as suas funções como valores sociais tanto em tempo de paz como em tempo de guerra.

Nada disto se conseguiu. Um outro projecto de lei — o que pretendia seleccionar os quadros de oficiais, estimular as actividades que existem no exército e que se perdem nesta falta de incitamento para trabalhar—acha-se enterrado na comissão de guerra.

Eu não acaso, mas chamo a atenção da Câmara para a necessidade de se remodelar o exército, moral, material e mentalmente, para assim conseguirmos uma mais útil distribuição das verbas despendidas com a defesa nacional.

Há ainda uma outra proposta de lei, apresentada pelo próprio Sr. Ministro da Guerra, e nem essa mesmo, que dava um rendimento efectivo, porque vinha actualizar à-taxa militar e estabelecer normas seguras para a sua cobrança, conseguiu ser aprovada.

Não devo cansar a atenção da Câmara, mas, como Deputado e como militar, assistia-me não só o direito, mas até o dever de rebater algumas afirmações que aqui foram produzidas.

Se, realmente, foram apresentados 98 projectos e propostas de lei concernentes a assuntos militares, poucos conseguiram obter o parecer da comissão de guerra e das demais comissões de estudo.

A actividade parlamentar a, que se referiu o ilustre Deputado Sr. Almeida Ribeiro não teve, pois, aquela resultado que seria para esperar, e faço votos por que, • brevemente, um novo Begimento o permita.

Na minha apagada acção parlamentar, como em todos os actos da minha vida, procuro sempre o bem nacional e os interesses gerais, sendo daqueles que põem os interesses gerais acima dou interesses individuais ou de classe.

Sendo assim, eu só quis apresentar um projecto de lei reparando uma injustiça dum modo muis estenso do que a comissão de finanças o quis fazer.

Foi aqui dito que já alguns oficiais foram fazer esses cursos.

Honra seja feita ao Ministro. que assim resolveu aplicar a verba destinada à defesa •nacional, mas o certo é que não tem havido uma base segura para as nomeações desses oficiais.

No projecto em debate estabelece-se essas bases indispensáveis para o Ministro fazer a necessária escolha dos oficiais.

Desejaria que esses oficiais, para a.sua admissão à frequência dos cursos, fossem submetidos a um concurso e à decisão de um júri.

Foi esse o meu objectivo e não jalgava que o projecto fosse à comissão de finanças, pois que o projecto não tr&z aumento de despesa.

Mais tarde o Ministro da Guerra incluiria a verba necessária sobre cuja oportunidade a Câmara então deliberaria.

Eu julgava, e ainda julgo, prestar bom serviço ao exército com este projecto.