O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

8é8èão de 11 de Dezembro de 1922

récer da comissão de finanças, segundo o qual esse artigo não era de aprovar.

Mas, Sr. Presidente, o artigo novo foi admitido, e eu tenho de dizer em breves palavras o que já aqui disse,- quando se discutiu o projecto, na generalidade.

Eu não posso' deixar de reconhecer a conveniência de se fixarem normas que regulem a escolha, pelo Ministério da Guerra, de oficiais para irem cursar escolas militares no estrangeiro, mas o que não posso é reconhecer a oportunidade cie tal disposição.

Não estejamos com ilusões.

A nossa administração pública é assim: desde que haja um texto de lei que admita a possibilidade de se mandarem oficiais ao estrangeiro frequentar as escolas militares aí existentes, a escolha, o envio desses oficiais, far-se há, quer haja, quer não haja verba para isso no Orçamento.

j Pois se até agora, quando não havia loi permitindo tal, isso se fazia, calculem V. Ex.as o que sucederá se amanhã houver uma lei que o faculte!

Não está de maneira nenhuma nos hábitos da nossa administração esperar pela oportunidade para essas cousas.

Trata-se de despender, de gastar, e empregam-se as contabilidad.es dos respectivos Ministérios na íaina de rebuscar uma verba que esteja mais escusa, menos clara, ;para se fazer a despesa.

E por esse motivo que eu desejo que esperemos pela oportunidade.

O princípio é óptimo e de toda a conveniência, mas saibamos -esperar pela oportunidade, porque, de outra maneira não é só o exército que vai ao fundo, mas b Pais inteiro.

Insisto, portanto, nas considerações que fiz, para que o artigo que se discute, seja rejeitado.

Esperemos pela oportunidade, e então, tratando-se dum caso de j.ustiça, dar-lhe hemos o nosso voto.

Tenho dito.

O orador não reviu.

Entra na sala o novo Ministério.

O Sr. Presidente:—Em vista da entrada na sala dos membros do Governo, fica interrompida, a discussão deste parecer.

Tem a palavra o Sr. Presidente do Ministério.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e interino da Agricultura

(António Maria da Silva):— Sr. Presidente : antes de ler a declaração ministerial, quero cumprir o gostoso dever de apresentar a V. Ex.a, em nome do Governo, as nossas homenagens, pela sua ascensão a esse elevado cargo.

Passo agora a ler a declaração ministerial :

«Sr. Presidente : o Ministério a que tive a honra de presidir e terminou a sua missão em 29 de Novembro último realizou, num período relativamente largo, uma obra de pacificação e dê trabalho que não íoi indiferente aos destinos da Pátria e da República.

O problema da ordem pública foi uma das suas principais preocupações, de mo-"do a restabelecer a confiança geral, para a qual muito contribuíram a energia, firmeza e disciplina das forças armadas da •República, que mais uma vez afirmaram a sua lealdade pela causa da ordem e pelo prestígio do regime.

Garantida a ordem interna sem recurso a meios violentos, mas com a decisão que as circunstâncias impunham, o Governo exerceu a sua iniciativa em vários ramos de administração pública, sendo-me grato registar o concurso patriótico que recebeu do Congresso da República, especialmente na discussão do Orçamento Geral do Estado e nas' medidas de finanças que hoje são leis do país.

Dois factos assinalam os acontecimentos políticos desse Ministério, constituindo cronologicamente páginas contemporâneas da História Pátria.

O primeiro foi a gloriosa travessia do Atlântico Sul empreendida e levada a cabo pelos insignps aviadores Gago Cou-tinho e Sacadura Cabral, que conquistaram a mais justificada admiração do mundo civilizado pela colossal empresa em que a sciência, a bravura e os nobres predicados .da raça tanto se evidenciaram, cimentando ao mesmo tempo novos e in-'dissolúveis laços entre o Brasil e Portugal.