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Diário da Câmara dos Deputados

gue, pelo coração e pelos destinos da sua História. O eminente cidadão Dr. António José de Almeida, venerando Presidente da República, conquistou, com o brilho da sua palavra de tribuno e com os nobilíssimos- sentimentos que exornam a sua elevada figura moral, a alma brasileira, e fez vibrar de comoção patriótica os portugueses que na grande República do outro lado do Atlântico exercem a sua actividade, honrando o nome da sua Pátria.

Foi de trabalho aturado a missão dês-se Governo, consagrando uma grande parte do seu esforço aos problemas que afectam a crise cambial e a carestia da vida — que continuam a ser os mais instantes e que demandam o concurso do todas as boas vontades o das melhores energias nacionais para a regeneração económica e financeira da República e bem-estar de todos os cidadãos.

A obra iniciada tinha de prosseguir sem hesitações. Como, porém, circunstâncias de natureza política que só estavam revelando pudessem de qualquer forma prejudicar a marcha do Governo, o Ministério a que eu presidi apresentou a sua demissão. •

Teado-me o Chefe do Estado incumbido de formar novo Ministério, desempenhei-me desse honroso ^encargo, não podendo iazer 'a sua apresentação ao Congresso da República, em virtude do incidente político determinado pela constituição da Mesa da Câmara dos Deputados. Em . face da situação criada, e poise tratar de um Governo exclusivamente partidário, solicitei a sua demissão. Sua Excelência o Senhor Presidente da República, atendendo aos indicadores constitucionais, confiou-me a organização do actual Governo.

Este,? Ministério é constituído por elementos do Partido Republicano Português e por individualidades do grupo dos parlamentares independentes, cuja acção se achava integrada nalguns pontos de vista com a obra administrativa realizada pelo Governo a que presidi. A homogeneidade da sua acção deriva dos laços de ordem moral que os ligam e da comunidade de princípios c de ideas que os solidarizam--o estudo de problemas cuja solução interessa à Pátria e à República.

O Governo, tendo como objectivo supremo os altos interesses do País e o pres-, tigio do regime, encarará de fronte a questão cambial, que é a naior preocupação da hora presente com reflexo-directo na nossa economia e nas condições de vida dos cidadãos.

A crise que atravessamos tem, é certo, um carácter internacional, mas o Governo assegura ao Parlamento o sen firme propósito de ir até onde for possível para combater a especulação criminosa e chamar-à responsabilidade os que se lançam na louca aventura de agravar cada vez mais as condições da manutenção da vida.

Temos o firme propósito de estabelecer uma atmosfera de confiança, e para isso é .necessário combater o egoísmo e falta de devoção patriótica daqueles'que sacrificam a economia nacional, deixando no estrangeiro os capitais que pertencem ao património da Nação.

A regeneração económica e financeira do País, com o concurso .de todas as actividades que constituem o organismo produtor da riqueza no aspecto agrícola, comercial e industrial e com o enorme desenvolvimento que é lícito esperar da obra que se está realizando nas colónias, tem de assentar num campo de realizações práticas, pelo aumento da produção e'va-lorização, de modo a reflectir-se na melhoria a que todos aspiramos para o bem público.

Há que preparar o País para uma actividade geradora de grande» impulsos económicos. Só no trabalho incenso podemos encontrar os recursos de que precisarão*» para debelar esta crise que há anos nos oprime e cujos efeitos, com maior intensidade, se /azem- sentir também era países de grande capacidade económica.

A orientação do Governo é, pois, subordinada, ao princípio basilar de «Ordem •o Trabalho», que é o lema da Democracia.