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Diário âa Câmara aos Deputados

O Sr. Torres Garcia: — Sr. Presidente: pedi a palavra para levar ao conhecimento do Sr. Ministro da Gruerra a necessidade de S. Ex.a intervir no sentido de que aos membros desta Câmara sejam enviados, com a urgência que é devida, ,p"s documentos que são requeridos por eles.

Desejo e è necessário que os documentos por mim requeridos me sejam fornecidos, .para fazer a prova perante a Câmara do que quero afirmar-lhe.

Hoje não ó possível mobilizar um batalhão sem recorrer à classe anterior a 190(3-1907. ^ .

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E preciso conduzir as instituições militares ao espírito republicano e patriótico para salvar o prestígio do exército e da Eepública, de maneira que não possam considerar-se como um cancro agarrado à miséria nacional.

E preciso tornar o exército um instrumento apto para a defesa da Pátria e da Eepública.

S. Ex.a pretende isto?

Creio que assim seja.

Mas tem muita resistência a vencer, muita organização a meter na ordem.

Quando se dignarem enviar-me os documentos requeridos, eu provarei à Câmara o que afirmo.

Tenho um projecto para mandar para a Mesa modificando a lei do recrutamento militar e adaptando este às condições materiais do Tesouro.

Mas não posso apresentá-lo emqnanto não tiver dados oficiais, que os particulares perderam todo o valor, porquanto todas as afirmações que faço serão provadas por documentos oficiais, porque se «está longe de*, conhecer a miséria do que por aí se passa.

De maneira que aguardo a remessa desses documentos para enviar para a Mesa esse meu projecto.

Outro assunto me impõe a minha consciência de republicano que eu trate neste momento.

Eu desejaria que estivesse presente o Sr. Ministro da Instrução, mas, como tal se não dá, peço ao Sr. Ministro da Guerra,

que à maravilha serve para, essa missão, o especial favor de transmitir a esse seu colega as considerações quo vou fazer.

Na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra é mestre da cadeira de „ história das religiões um padre católico. V. Ex.as sabem perfeitamente qual ó, o objectivo a atingir pelo ensino dessa cadeira.

Em todos os países do mundo é cousa absolutamente assente que o professor da cadeira de história das religiões nunca pode ser o Ministro de qualquer religião.

Na Universidade de Coimbra dá-se, porém, o contrário, isto é, o lugar de professor da cadeira de história das religiões é exercido por um padre católico.

Escusado é dizer que toda a orientação desse professor é mais ou menos tendenciosa, pela apologia que ele certamente não há-de deixar de fazer das doutrinas católicas apostólicas romanas, tanto mais que esse padre tem a pretensão de ser bispo, o que nos seria indiferente se o seu desejo não fosse apoiado numa instituição que adentro da República deve ser, acima de tudo, um dos principais instrumentos de defesa dos princípios democráticos e constitucionais.

Porque embora se diga que não há uma medicina monárquica e uma medicina republicana, ou um direito republicano e um direito monárquico, eu entendo que as Universidades são em toda, a parte instituições que não podem entravar a marcha do Estado e a livre expansão das aspirações nacionais.

Apoiados.

Eu bem sei que na Inglaterra, em França e na Alemanha ninguém indaga das convicções políticas e religiosas de um candidato a professor, mas sei também que nesses países ninguém no exercício do seu cargo de professor ousa atentar contra a organização do Estado. Só em Portugal, nestas tentativas de submissão e de transigência em que temos vivido, se tem tornado possível a permanência de todos os elementos de acção nas mãos dos inimigos da República.