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Sessão de 24 de Janeiro de 1923
proceder dos vencedores é que eu redigi a moção que a Câmara quis aprovar.
E foi por assim pensar, e como se está vendo não pensava mal, é que eu não aprovei a moção do ilustre Deputado Sr. Agatão Lança.
E a propósito quero dizer a S. Ex.ª que não está inteiramente certo o declarar-se que ao meu lado se encontram várias categorias de republicanos, enumeradas por S. Ex.ª
Fica mais certo declarar-se que sou eu quem está ao lado dêsses republicanos, todos pessoas que eu muito preso e considero, todos republicanos que de ninguém precisam licença para confessarem a sua intemerata fé republicana.
E a enumeração que o Sr. Agatão Lança quis fazer ficaria completa se S. Ex.ª quisesse juntar-lhe mais duas categorias.
Dêste lado se encontram republicanos que com as armas na mão assaltaram Monsanto. Na minha bancada está o ilustre Deputado, tenente Sr. Garcia Loureiro, que se bateu em Monsanto. E na carteira junto à minha se senta o velho republicano e meu valioso correligionário, o Sr. Barros Queiroz, que foi quem mais concorreu para ser chamado às armas, no dia hoje comemorado, o povo de Lisboa.
Assim ficará tudo certo, ficando completa a enumeração feita pelo Sr. Agatão Lança.
Cruzam-se àpartes.
O Orador: — Não nos desviemos da questão. Não está em discussão a guerra, repito. Mas, se o estivesse, ninguém dêste lado fugiria à discussão, nem tinha motivos para fugir. Não está também em discussão o conceito correspondente ao termo «República».
A guerra, desde que nela Portugal entrou, não pode servir para se distinguirem bandeiras partidárias. Uma única bandeira se destingue: a bandeira portuguesa. Por ela se bateram portugueses sem distinção de partidos, por ela se baterão amanhã todos, sem que nenhum se lembre de reparar na cor política de quem a segura.
Não nos metamos era questões que envolvam o amor pátrio, distinção de partidos políticos, distinção sequer de regime político. Patriotas igualmente o querem ser republicanos e monárquicos. E na
conta de verdadeiros patriotas eu tenho os nossos colegas que abandonaram a sala e que nós todos desejamos que a ela voltem.
Todos êles me merecem, e justamente, a maior consideração, e não esqueço que o seu leader, o Sr. Aires de Ornelas, tem o seu nome ligado a alguns notáveis feitos de armas de Portugal em terras de África.
Sr. Presidente: apoiando a proposta do meu amigo Sr. Pedro Pita, votos faço por que V. Ex.ª lhe possa dar plena efectivação.
Tenho dito.
Usa da palavra o Sr. José Domingues dos Santos, que apresenta a seguinte
Proposta
Proponho que, em vez da comissão lembrada pelo Sr. Pedro Pita, seja a Mesa encarregada de proceder à diligência alvitrada pelo mesmo Sr. Deputado. -José Domingues dos Santos.
É admitida a proposta.
Concordam com as propostas apresentadas, tendo a palavra para explicações, os Srs. Lino Neto e Agatão Lança.
O Sr. Presidente: — Está esgotada a inscrição.
Parece-me que a moção do Sr. Domingues dos Santos é, afinal, uma emenda.
A Câmara assim considerou.
Foi aprovada a proposta do Sr. Domingues dos Santos e depois a do Sr. Pedro Pita, salva a emenda contida na primeira.
O Sr. Presidente: — A próxima sessão é amanhã, pelas 14 horas.
Está encerrada a sessão.
Eram 18 horas e 15 minutos.
Documentos mandados para a Mesa durante a sessão
Propostas de lei
Dos Srs. Ministros da Guerra e Finanças, transferindo de uns para outros capítulos e artigos do orçamento do Ministério da Guerra designadas quantias, conforme os mapas n.ºs l e 2, juntos.
Aprovada a urgência.
Para a comissão de guerra.
Para o «Diário do Govêrno».