O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

21
Sessão de 24 de Janeiro de 1923
Não enjeito a responsabilidade que me cabe nas considerações que fiz.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Pedro Pita: — Sr. Presidente; foi absolutamente lógica, a atitude da minoria monárquica.
Não poderíamos esperar que afirmando nós aos Deputados monárquicos, entre os quais estava um dos combatentes de Monsanto, que êles foram ali só com o intuito de prejudicar a Pátria, êles pudessem continuar nos seus lugares.
Se o intuito da votação da Câmara não foi realmente êsse, e é de esperar que o não seja, era natural que quem teve a energia, necessária para vencer cedesse o passo à compaixão para com os vencidos.
Não havia o direito de, quatro anos sôbre essa vitória, que representou para êles uma derrota, cantarmos hinos que representavam o aguçar das dôres que êles haviam de sentir; não era bonito, nem generoso, mostrar-lhes os seus erros, se acaso os tinham, nem depois de se ter votado nesta mesma sala o esquecimento do facto vir relembrá-lo para lhes atirar à cara com o ferrete de traição.
Sr. Presidente: tenho o prazer de ver que me colocaram dentro desta Câmara numa situação que me dá o direito, que reivindico, de poder falar assim.
Não peço licença a ninguém para ser republicano, nem acho que sejam republicanas algumas pessoas que assim se consideram mas que não dão aos outros o direito de o serem.
Não sei mesmo se os sentimentos republicanos se manifestam mais com a generosidade para com os vencidos, se se manifestam, antes no propósito de os vergastar ainda depois de vencidos.
Sr. Presidente: porque eu reconheço que a atitude da minoria monárquica, foi hoje aqui a única, que poderia ter, eu que sou coerente comigo mesmo, entendo que o nosso dever é esclarecer aqueles dos nossos actos que mal interpretados possam ser por aqueles que são nossos companheiros cá dentro e que, podem ter as ideas que tiverem, as respeito absolutamente, para poder ter o direito de exigir que respeitem as minhas.
Nesta ordem de ideas quero ser o primeiro a lembrar a V. Ex.ª, Sr. Presidente, a conveniência que existe em que nós, antes de abandonarmos esta sala, procuremos dar aos nossos colegas que da sala saíram a certeza de que não podia haver, em qualquer votação que fizéssemos, o propósito de os ofender ou melindrar, convidando-os a reassumir os seus lugares.
Nenhum de nós deve procurar pretextos ou modos de votar ocultos para tornar incompatíveis a sua situação ou intuitos.
Faço justiça não supondo qualquer de nós capaz de ocultar êstes factos ou palavras que entenda dever dizer.
São os meus votos; e nesse sentido faço a proposta para que não saiamos desta casa, sem ter dado aos Deputados monárquicos, nossos colegas, pouco importando neste caso saber se são monárquicos ou não, as explicações que lhes devemos, convidando-os, pedindo-lhes que voltem a esta sala.
Apoiados.
Vozes: — Muito bem.
O orador não reviu.
O Sr. Homem Cristo: — Não tencionava pedira a palavra sôbre êste assunto; mas em face das proferidas pelo Sr. Pedro Pita sôbre a proposta, devo dizer de minha justiça; melhor que ninguém sei qual era, sôbre a guerra, a opinião dos monárquicos.
A corrente germanófila entre os monárquicos era quási unânime.
Apoiados.
Com rarissimas excepções, assim era, sendo uma o Sr. Aires de Ornelas.
Mas por isso mesmo que era uma das raras excepções, viu-se sèriamente embarcado para responder às acusações feitas do lado dos republicanos.
Apoiados.
A maioria dos monárquicos, todos sabem muito bem, era germanófila, inimiga acérrima da aliança inglesa, apesar de terem sido êles os fundadores da mesma aliança.
Apoiados.
Não quero de nenhuma maneira ofender os monárquicos; entendo que a amnistia é um esquecimento do passado.