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Sessão de 24 de Janeiro de 1923
chega para êsses oficiais se poderem manter.
Daqui resulta uma desigualdade flagrante, porquanto os oficiais embarcados estão hoje tendo menos vencimento do que aqueles que estão em terra.
Nestas condições, mando para a Mesa as referidas propostas, pedindo a V. Ex.ª se digne consultar a Câmara sôbre se concede a urgência para a que diz respeito aos subsídios de embarque.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Carlos Pereira: — Sr. Presidente: um dia, a Europa viu-se envolvida na maior das guerras, em que intervieram quási todos os países.
E então Portugal, num gesto de romântica beleza, entendeu que também lá devia ir — e digo num gesto de romântica beleza, porque não foi outro o móbil da sua participação, senão cumprir fielmente a letra dos Tratados — e, até talvez um pouco alheado daquele senso prático que muitos países têm, Portugal não condicionou a sua entrada na guerra.
Entrou porque o seu sentimento de honra e lealdade lhe dizia que devia entrar, o que fez, cumprindo honradamente o seu dever.
Mas as dissenções entre portugueses mantinham-se, avolumando-se até acêrca do problema da nossa comparticipação na guerra, e então foi possível que essas dissenções, cavando fundo na sociedade portuguesa, levassem alguns filhos dêste país a pretender deminuir aqueles esforços enormes que estávamos fazendo.
Mas, como se isto não bastasse, procuraram ir mais longe.
Não era já desgostar o país pela sua entrada na guerra; mas estabelecer a campanha da cobardia e a guerra feroz e de morte a todos os republicanos.
E o que vimos então?
Que as cadeias em Portugal se encheram de republicanos, e que todos os lugares de destaque passaram a ser ocupados por monárquicos ou por indivíduos que de republicanos apenas tinham o nome.
E então talvez que um desígnio sinistro alimentasse a alma de muitos portugueses, e essas dissenções tinham por fim a morte da República.
Porém, quando pretenderam efectivar o golpe, o povo em massa acudiu ao grito aflitivo da República, e teve êsse gesto heróico da escalada de Monsanto, onde muitos, para a salvar, deixaram o seu sangue, e lá morreram.
Sr. Presidente: julgo que seria um crime se esta Câmara republicana deixasse passar êste dia sem recordar aqueles que morreram em Monsanto, na defesa da República.
Muitos apoiados.
Sr. Presidente: pelas manifestações da Câmara, estou convencido de que ela me acompanha nas considerações que estou fazendo.
Presto, pois, a minha mais sentida homenagem aos mortos queridos da República, aqueles que na defesa do seu ideal souberam morrer corajosamente, tendo sempre em mente uma República melhor e mais perfeita.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem. Muito bem.
O orador não reviu.
O Sr. Delfim Costa: — Sr. Presidente: pedi a palavra para mandar para a Mesa um projecto de lei, que visa a reparar várias injustiças cometidas para com os ferroviários das colónias portuguesas.
Como êle se baseia num grande princípio de justiça, estou certo de que a Câmara não lhe negará a sua aprovação.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Alfredo de Sousa: — Sr. Presidente: pedi a palavra, em nome da comissão de legislação civil e comercial, para que V. Ex.ª se digne consultar a Câmara sôbre se consente que esta comissão reúna durante a sessão de hoje.
Foi aprovado.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: pedi a palavra para chamar a atenção do Sr. Ministro da Guerra para um assunto que já tenho tratado várias vezes nesta casa do Parlamento.
S. Ex.ª deve ter conhecimento de que foi ordenada e feita, pelo general reformado Sr. António Maria da Silva, uma sindicância aos actos do comandante dos