O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

9
Sessão de 24 de Janeiro de 1923
ber quem é que manda constantemente para o estrangeiro as mais afrontosas notícias sôbre o nosso país. (Apoiados). Tudo isto, que obedece a instruções secretas, cuja origem se desconhece, convém desvendar para prestígio do regime republicano.
Muitos apoiados.
Mal vai a um regime quando se não sabe defender. (Muitos apoiados). O regime republicano há quatro anos, mercê das nossas lamentáveis transigências, vem a cair no tremendo abismo que foi o período dezembrista. Que a lição nos aproveite (Muitos apoiados), de forma a conseguir que Portugal se liberte duma nova catástrofe.
Calorosos apoiados.
Termino, Sr. Presidente, confiando em que o Govêrno se apressará a mandar fazer um inquérito rigoroso para que o país saiba quem são os portugueses que se associam a estrangeiros para desprestigiar o nome do Portugal.
Vozes: — Muito bem.
O orador não reviu.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: tenho a honra de fazer parte do grupo que nesta Câmara representa os vencidos de há quatro anos em Monsanto. Mas porque sou monárquico, porque sou daqueles que entendem que a salvação dêste país só pode encontrar-se com o regresso ao regime monárquico, exactamente por isso, eu tenho um grande respeito por aqueles que honestamente pensam de maneira diferente da minha.
O Sr. Agatão Lança enviou para a Mesa uma moção que se compõe de duas partes: uma em que se presta homenagem aos mortos e combatentes de Monsanto, e outra que representa uma verdadeira afronta para todos quantos pensam de maneira diversa de S. Ex.ª
Como monárquico cada vez mais convencido da nobreza dos seus ideais, nenhuma dúvida teria em me associar às homenagens que se pretende prestar aos mortos republicanos de Monsanto, com a mesma sinceridade com que as prestaria, e presto, à memória dos meus correligionários vítimas do seu ideal.
A moção do Sr. Agatão Lança não tem, porém, apenas êsse objectivo; a moção de S. Ex.ª pretende dividir a família portuguesa, e a um tal propósito eu não poderia dar nunca o meu voto.
O ilustre Deputado Sr. José Domingues dos Santos, ao discutir a moção em questão e ao declarar que lhe dava a sua aprovação, fez uma alusão ao que se tem passado no tribunal de Santa Clara. Muito propositadamente não nos temos querido referir aos incidentes havidos nos julgamentos que vêm sendo efectuados nesse tribunal, e não o temos querido fazer por entendermos que a nossa intervenção só seria justificada depois da conclusão dêsses julgamentos.
Falou, todavia, o Sr. Domingues dos Santos num complot destinado a trair o país. Associo-me inteiramente às palavras pronunciadas por S. Ex.ª a tal respeito; é preciso realmente investigar...
Essas acusações vêm recair sôbre o regime e sôbre os Governos que o representam.
Se um alto funcionário da República foi fazer ao tribunal de Santa Clara tal depoïmento, declarando que existe um processo pendente sôbre o caso, eu pregunto porque não se esclareceu êsse caso.
Nós exigimos que isso se esclareça, porque, acima de monárquicos, somos portugueses, e se defendemos a monarquia é porque entendemos que êsse regime é aquele que mais convém à nossa Pátria.
É necessário que o mais rigoroso castigo recaia sôbre os traidores.
O orador não reviu.
O Sr. Ginestal Machado: — Sr. Presidente: vou mandar para a Mesa a moção que peço licença para ler.
Moção
A Câmara dos Deputados, no dia em que passa o 4.º aniversário da gloriosa jornada de Monsanto, saúda comovidamente aqueles que nela tomaram parte em defesa da República, e lembra com saudade e reconhecimento os que por ela morreram.
Sala das Sessões, 24 de Janeiro de 1923. — O Deputado, A. Ginestal Machado.
Sr. Presidente: o dia que hoje passa não é para nós, republicanos, pelo que