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Sessão de 24 de Janeiro de 1923
Um outro ponto que igualmente desejo levantar é aquele que respeita a uma referência feita ao Ministro da Guerra da situação dezembrista, seguramente o Sr. tenente-coronel Álvaro Mendonça.
Foi S. Ex.ª acusado de não ter servido lealmente a situação sidonista.
Presto ao Sr. tenente-coronel Álvaro Mendonça as minhas homenagens, declarando, da maneira mais peremptória, que S. Ex.ª, sem nunca ter abdicado dos seus ideais políticos, sem nunca os ter ocultado, serviu com lealdade inexcedível a situação Sidónio Pais, e tanto assim que S. Ex.ª não hesitou em castigar um oficial do exército, que era monárquico, por haver pensado em promover qualquer movimento.
O Sr. Álvaro de Mendonça não teve nenhuma responsabilidade nos actos preparatórios da revolta de Monsanto.
Era S. Ex.ª oficial do exército, não ocupava nenhum lugar de confiança, e vendo tremular a bandeira que êle reputava ser a mais conveniente aos interêsses da nacionalidade, S. Ex.ª não hesitou em sacrificar a sua carreira e a sua vida na defesa dos seus ideais.
Terminando devo declarar que a minoria monárquica também não pode votar a moção do Sr. Ginestal Machado.
Só votaremos uma moção que por igual preste homenagem a todos os portugueses que se bateram em Monsanto e no Norte.
Nenhuma das moções apresentadas se encontra nesses termos e, portanto, nenhuma delas poderá ser votada por nós.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Carlos Pereira: — Depois de mim o ilustre Deputado Sr. Agatão Lança fez aquelas considerações que julgou necessárias, com a autoridade que tem sôbre o assunto, e mandou para a Mesa uma moção em que se presta homenagem aos nossos queridos mortos e combatentes republicanos de Monsanto.
S. Ex.ª pensou muito bem que era nobre dizer o motivo por que êsses homens merecem tanto interêsse e carinho às nossas almas, e assim explicou que saüdava aqueles que repeliram o gesto dos maus portugueses que em pleno armistício procuraram deminuir o esfôrço de Portugal na Grande Guerra, lançando o País para uma guerra civil.
E eu pregunto se porventura não é deminuir o esfôrço de Portugal o facto de o lançar na guerra civil.
Das próprias palavras, até, do Sr. Aires de Ornelas outra conclusão lógica não pode tirar-se, visto que S. Ex.ª foi o próprio que afirmou não ter contado com qualquer possibilidade de êxito dessa revolta.
Assim, eu, que vejo que a verdade dos factos se ajusta perfeitamente à moção do Sr. Agatão Lança, entendo que a Câmara se elevará muito votando essa moção.
Não quero com isto dizer que a moção do Sr. Ginestal Machado não pudesse ser votada se fôsse a única apresentada, mas como essa moção restringe a do Sr. Agatão Lança em meu sentir entendo que esta é preferível.
O ilustre Deputado Sr. Ginestal Machado, com aquela sua maneira de dizer tam particular e que tanto nos encanta sempre, afirmou que era um acto de nobreza dos vencedores, — em cuja ala S. Ex.ª reivindica o seu lugar justamente, — para com os vencidos, a sua moção.
Mas eu pregunto se é falta de nobreza votarmos uma moção em que se consigna simplesmente o que o próprio leader da minoria monárquica implicitamente declarou dizendo que não havia nessa revolta possibilidade de êxito, — a guerra civil.
Eu julgo que a nobreza dos que votarem a moção de Sr. Agatão Lança desafia paralelos com a nobreza de toda a gente.
Não se veja nas minhas considerações qualquer espécie de crítica às palavras do ilustre Deputado Sr. Ginestal Machado, porquanto o que eu desejo frisar é que não concordo com restrições que podem levar à conclusão de que as palavras do Sr. Agatão Lança não representam a verdade.
Justamente por entender que essa moção corresponde à verdade é que a voto satisfeito com a minha consciência.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Pedro Pita: — Sr. Presidente: eu não pretendo emitir opinião pessoal desde que, e muito bem, em nome do