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Diário da Câmara dos Deputados
mos apenas todos portugueses e precisamos servir a nação portuguesa.
Apoiados.
Vozes: — Muito bem.
O orador não reviu.
O Sr. Joaquim Ribeiro: — Se efectivamente há algum monárquico que possa dizer que defendeu a intervenção de Portugal na guerra, êsse é, realmente, o Sr. Aires de Ornelas.
Mas o que aqui se debate não são os actos do Sr. Aires de Ornelas: são os actos dos monárquicos que tinham por obrigação seguir o seu chefe monárquico.
Apoiados.
Cumpre-me dizer, em nome da verdade, que na história militar do nosso País o Sr. Aires de Ornelas teve um nome. Foi um companheiro de Mousinho de Albuquerque, que teve nele um dedicado cooperador.
Folgo de prestar-lhe esta homenagem, porque segui de perto, com interêsse, toda a questão colonial.
Acho, Sr. Presidente, que a moção do Sr. Agatão Lança tem todo o cabimento.
Apoiados.
Quando rebentou uma revolução em Portugal durante a guerra, essa revolução, segundo a frase dum estadista francês...
Uma voz: — Clemenceau.
O Orador: —...por ser feita num País em guerra, era feita contra a guerra. Disse-o êsse estadista aos nossos representantes na Conferência da Paz.
Uma voz: — E foi.
O Orador: — Essa revolução foi feita principalmente com elementos monárquicos.
Apoiados.
É lamentável, e estou bem certo de que os republicados que nela cooperaram estão bem arrependidos de o terem feito.
Estou certo de que desde o desastre de 19 de Outubro todas as revoluções terminaram.
Sendo a revolução realmente uma revolução contra a guerra (Apoiados) e tendo
entrado nela elementos monárquicos, apesar do Sr. Aires de Ornelas ter dito muitas vezes que estava ao lado dos aliados todos os actos dos monárquicos foram portanto contra os aliados.
Não apoiados. Apoiados.
Chegaram êsses homens a vir servir a República.
Mais: deu-se o caso extraordinário e vergonhoso de porem um Ministro da Guerra para trair a República.
Não apoiados. Apoiados.
Há ou não razão para que o Sr. Agatão Lança apresente uma moção saüdando a República, e exprobando os que procederam menos lealmente?
Eu associo-me inteiramente à moção do Sr. Agatão Lança.
O orador não reviu.
O Sr. José Domingues dos Santos: — Aceito também a moção do Sr. Agatão
Lança.
Não quero fazer a história do dezembrismo em Portugal, porque poucos são os republicanos que não conheceram os efeitos dessa tristíssima revolução portuguesa.
Apoiados.
Não quero rememorar êsses factos, mas quero neste dia, que é, com efeito, o do aniversário dum triunfo para a República, não só render o meu caloroso aplauso a todos que combateram em defesa da República, mas saudar também todos os republicanos.
E neste momento, e neste lugar, eu não quero deixar de relembrar o depoïmento feito no tribunal de Santa Clara pelo Sr. Barbosa Viana. Nele se faz a afirmação, bem clara, de que em Portugal existe um comité internacional, chefiado por um espanhol, que tem pôr fim perturbar a vida portuguesa, e, porventura, provocar uma intervenção estrangeira.
Nesse depoïmento se faz ainda a declaração, igualmente clara e terminante, de que dêsse comité fazem parte monárquicos portugueses. Êste ponto é que é preciso esclarecer.
Apoiados gerais.
Nós não podemos continuar a viver na situação em que temos vivido até agora. É indispensável saber quem paga aos revolucionários em Portugal; é preciso sa-