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Diário da Câmara dos Deputados
presídios do Lazareto e Funchal, quando lá estiveram os presos políticos.
Eu sei que se apuraram faltas gravíssimas e em tempos pedi ao Sr. general Correia Barreto, então Ministro da Guerra, para que me fôsse enviada cópia dêsse relatório.
Depois de várias démarches, S. Ex.ª disse-me que êsse relatório tinha desaparecido do Ministério da Guerra, e que constava que tinha sido levado para a África, por determinado oficial do exército.
Prometera S. Ex. a averiguar o que havia, e proceder contra quem tinha roubado o processo de sindicância.
Como até o presente nenhumas providências foram tomadas, eu peço ao Sr. Ministro da Guerra a fineza de mandar averiguar onde está o relatório e quem o roubou, e no caso de não aparecer, que o Sr. general António Maria da Silva seja encarregado de o reconstituir, visto que certamente deve ainda possuir elementos para tal.
Espero que S. Ex.ª o Ministro, que é um distinto oficial do exército, não deixará passar em julgado um caso desta natureza.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Ministro da Guerra (Fernando Freiria): — Ouvi com toda a atenção a reclamação apresentada pelo Sr. Paulo Cancela, e confesso que desconhecia por completo o que S. Ex.ª referiu, mas, presando muito a farda que visto, eu serei rigoroso e procurarei satisfazer os desejos de S. Ex.ª
O Sr. Ministro da Marinha (Azevedo Coutinho): — Sr. Presidente: pedi a palavra para me associar, em nome do Govêrno, às palavras que o ilustre Deputado Sr. Carlos Pereira pronunciou pela vitória de Monsanto. O Govêrno não pode esquecer essa hora de luta e de triunfo.
O orador não reviu.
O Sr. Agatão Lança: — Sr. Presidente: faz hoje quatro anos que o povo, o exército e a armada, nesta linda cidade de Lisboa, fizeram a gloriosa escalada de Monsanto, onde homens que disseram defender a República não hesitaram em a
atraiçoar, deixando ennodoado o seu nome para sempre.
Vários àpartes das direitas.
O Orador: — Sr. Presidente: os àpartes que me são dirigidos não me impedem que eu faça a saüdação com todo o carinho e calor àqueles que, com alma patriótica e republicana, defenderam a República, de olhos fitos na Pátria.
Êsses heróis implantaram novamente a bandeira verde-rubra, derrubando a outra, que tanta ignomínia tinha coberto.
Não me esqueço de que houve um Ministro da Guerra que escondeu as espingardas dos soldados republicanos, e eu não podia neste momento esquecer o sacrifício do povo, do exército e da marinha.
Pois êsses heróis, com uma dedicação extrema, êles que tinham sido vergastados nas prisões e que tinham visto os seus lares saqueados, não hesitaram, no
momento em que viram os seus inimigos derrotados, em os cobrir com o seu corpo.
Não esqueço o nome de Afonso Cerqueira, êsse grande herói, e por estes factos tenho a honra de mandar para a Mesa uma moção interpretando o sentir de toda a Câmara republicana, e, portanto, do país.
Moção
A Câmara dos Deputados, recordando, a gloriosa étape de Monsanto, saúda comovidamente todos aqueles homens de armas de terra e mar ou civis que acorreram a repelir o gesto afrontoso daqueles que na hora do armistício pretenderam deminuir o valor do nosso esfôrço, lançando a Pátria nos horrores duma guerra civil
Para os mortos as nossas comovidas homenagens. — O Deputado, Armando Agatão Lança.
O orador não reviu.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — É uma infâmia! Vários àpartes.
Vozes: — Retire a expressão! Isto não pode ser! Àpartes.