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Diário da Câmara dos Deputados
Se é certo que defendemos com todo o calor à redução das despesas, é verdade também que não desejamos que se deixe de dar a todos aquilo de que precisam, para o seu sustento e o da sua família.
Era bom que se dêsse aos soldados da guarda republicana o que em excesso se gasta com a sua banda de música.
Ainda há dois dias vi num jornal que o comandante da guarda republicana, certamente influenciado pelo que aqui se disse acêrca da inutilidade da banda de música da guarda republicana — visto que só tocava aos sábados no quartel, para aqueles que não têm que fazer àquela hora — resolvera dar concertos públicos nos jardins.
Reduzindo despesas desta natureza e outras que porventura se possam fazer na guarda republicana, é justo que se aplique bem êsse dinheiro, e se dê às praças aquilo de que realmente carecem para se sustentarem.
Mas não há o direito de aprovar êste projecto na parte relativa à criação de novos lugares.
Sei, e já o disse o ilustre relator, que se não vai fazer & promoção de mais majores.
Com efeito, esta casa do Parlamento já promoveu tantos majores que há-de ser fácil ao Sr. comandante da guarda republicana e ao Sr. Ministro da Guerra encontrarem entre êsses majores promovidos os suficientes para irem preencher os lugares que se criarem.
Mas o facto de haver muitos majores para Colocar ou o facto de haver muitos a boa vida não é razão para que se criem novos lugares, tanto mais que, apesar dê se ter dito aqui que não havia aumento de despesa, a própria comissão de finanças declara que êsses majores receberão a gratificação de exercício.
Basta haver aumento de despesa para a Câmara não dever votar o artigo 1.º do parecer em discussão.
E porque é que, tendo o Sr. Ministro da Interior reorganizado a guarda republicana há tam pouco tempo, não estabeleceu nela os lugares de segundos comandantes, se, como dizem, êles tam precisos eram?
Não quero formar opinião pelo que se diz lá fora. De contrário ser-me-ia fácil encontrar o fundamento da proposta.
Para terminar as minhas considerações devo dizer que aprovámos inteiramente as tabelas de vencimentos aos soldados da guarda republicana, porque entendo que as devemos igualar nas devidas proporções às tabelas da guarda fiscal. Do mesmo modo se deve proceder para com as praças da armada.
peste lado da Câmara não apresentamos uma proposta neste sentido porque não desejamos que se diga que pretendemos especular. Esperamos que de qualquer outro lado da Câmara ela venha, para depois lhe darmos o nosso voto, se estiver oín harmonia com o que fôr justo.
E dito isto, desde já declaro que condenaremos formalmente qualquer tentativa que se faça para melhorar os vencimentos da polícia.
Ela ganha muito mais do que ganham as praças de qualquer corpo do segurança pública.
Apesar disso a polícia, e especialmente â de Lisboa, salvo honrosas excepções, está falhando inteiramente à função que lhe está destinada.
São de todos os dias os exemplos. Haja em vista o que se passa com os atentados dinamitistas.
A policia sabe muito bem que os atentados dinamitistas são praticados contra determinados estabelecimentos, cujos proprietários estão em conflito.
E, portanto, a policia devia fazer uma vigilância especial junto dêsses estabelecimentos. Não são muitos. Se a polícia guardasse devidamente os estabelecimentos ameaçados de atentados desta natureza) certamente que se teria evitado o que tem acontecido.
Nada mais direi por agora porque não desejo protelar a votação da tabela de melhoria de vencimentos da guarda republicana.
Tenho dito.
O Sr. Francisco Cruz: — Sr. Presidente: breves serão as minhas considerações porque o meu estado de saúde me não permite usar da palavra por longo tempo. Para elas peço a atenção do Sr. Presidente do Ministério.
Quando nesta casa do Parlamento pugnei pela melhoria de vencimentos à guarda fiscal, já então reconhecia, como reconheço hoje, a necessidade de corrigir a