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Sessão de 2 e 7 de Maio de 1928
do Sr. Domingues dos Santos para que V. Ex.ª consiga demover o Sr. Cunha Leal da sua resolução e que em breve S. Ex.ª possa nesta Câmara continuar os seus trabalhos pela Pátria e pela República.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Ginestal Machado: — Sr. Presidente: entrei na sala quando bem se pode dizer que se estava já no rescaldo do incêndio, mas, como de todos os rescaldos podem sair labaredas, é obrigação de nós todos, indistintamente, sobretudo daqueles que têm o amor à República mais no coração do que nos lábios, fazer o possível para que não venham novos conflitos perturbar mais ainda a vida da nação.
Ouvi, Sr. Presidente, com agrado e com reconhecimento, as palavras de conciliação e de justiça do Sr. António Fonseca, que em nenhuma bôca poderiam ter mais autoridade.
Ouvi palavras justas, serenas, tendentes a estabelecer aquela harmonia indispensável è, marcha de qualquer colectividade, da parte do ilustre leader da maioria, Sr. José Domingues dos Santos, a quem agradeço muito a sua atitude, bem como aos Srs. Lino Neto e Carvalho da Silva.
O Sr. Agatão Lança, quando eu entrei nesta sala, estava a propor, como fórmula de conciliação, que entregássemos nas honradas mãos de V. Ex.ª a resolução dêste conflito.
Estou inteiramente de acôrdo com esta proposta.
Em melhores mãos não poderia ser depositada, para prestígio da República, a solução do conflito.
É certo que V. Ex.ª, quando, não ocupa o seu lugar de Presidente da Câmara, se senta neste lado.
Temos muita honra nisso. Mas acima de tudo V. Ex.ª é um velho republicano, e, quando está em jôgo alguma cousa que pode afectar. Intimamente a vida da República, V. Ex.ª não é partidário de ninguém, mas ùnicamente da República.
Muitos apoiados.
Foi, portanto, a pessoa que melhor poderia ser escolhida para sanar êste lamentável conflito.
E que conflito foi êste?
E acaso nm conflito que brigue com a honra de alguém?
O Sr. António Fonseca tinha uma opinião, e dêste lado da Câmara outro era o ponto de vista.
Os mesmos sentimentos, o mesmo patriotismo, a mesma dedicação republicana nos animava a todos por igual.
Temos apenas, repito-o, uma divergência de opinião, e isso não pode servir para criar irredutibilidades.
Sr. Presidente: foi aqui acusado o Partido Nacionalista por dois Srs. Deputados.
Eu lembro à Câmara aquela colaboração desinteressada que já mais de uma vez êste Partido tem dispensado ao Govêrno.
E se é certo que nesse momento o grupo de homens a quem S. Ex.ª se dirige não tinha a mesma bandeira, não tinha o mesmo nome genérico, o que é verdade é que êles não perderam as suas qualidades nem deixaram de prestar a sua colaboração nos interêsses do País, o que aliás o Sr. Presidente do Ministério, com o aplauso, de toda a Câmara, não pôde deixar de reconhecer.
É isto, Sr. Presidente, que eu tenho a responder àqueles que talvez por um excesso de mocidade se lembraram de acusar o Partido Nacionalista, quási que que pondo em dúvida a sua educação, o seu patriotismo e até, porventura, a inteligência dos homens que o dirigem.
Termino estas considerações, fazendo votos sinceros para que V. Ex.ª, Sr. Presidente, possa encontrar uma solução que convenha honradamente a todos, e principalmente à República.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando nestes termos restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva): — Sr. Presidente: no desentendimento que tem havido entre os dois lados da Câmara, o Partido a que tenho a honra de pertencer e o outro, pelo qual tenho muita consideração, não deve o Govêrno intervir.
Todavia, devo dizer que num momento em que é preciso o esfôrço de todos, mal