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Diário da Câmara dos Deputados
Não é agora ocasião de omitir parecer a êsse respeito. Estou convencido, porém, de que medidas se podem tomar tendentes — e é êsse o meu objectivo — a garantir maior eficácia na instrução militar. Estou convencido de que, se houver vontade de trabalhar o houver sobretudo o grande intuito de bem servir o país, os interêsses da Pátria e o seu engrandecimento, só não houver a preocupação de criar inimizades, só se começar a selecção como se deve começar pela Escola Superior do Exército, joeirando, instruindo e educando, aperfeiçoando-se constante mente o organismo militar, em pouco tempo teremos modificado a estructura o carácter do exército, em pouco tempo deixaremos de ter a dolorosa impressão de ouvir pronunciar nesta Câmara — de ouvir a portugueses — que o exército vive por um favor daqueles que querem garantida a sua existência, perfeitamente anódina.
É necessário, Sr. Presidente, que nós criemos um organismo forte, é necessário que o exército compreenda e mostre a sua alta missão moral.
E não se diga que criada a Sociedade das Nações, nós, que somos um dos Estados signatários do pacto dessa Sociedade, podemos viver tranquilos; porque essa Sociedade, sabe-o V. Ex.ª e sabe a Câmara, impõe-nos deveres sobretudo mais pesados do que aqueles que derivam da nossa própria defesa, porque nos obriga a criar não só um organismo defensivo mas a ter um organismo pronto a correr onde seja necessário defender os outros societários. E êste o pacto da Sociedade; e, se assim é, sentir-nos-íamos envergonhados, quando chamados em socorro de qualquer dos nossos societários, não pudéssemos ter aqueles elementos que o exército o a armada devem fornecer para garantir a nossa independência e o prestígio da nossa bandeira.
Sr. Presidente, concretizando as minhas considerações o para finalizar, agradeço a V. Ex.ª, Sr. Presidente, a toda a Câmara e muito especialmente ao Sr. Ministro da Guerra e ao Sr. relator do orçamento da guerra a atenção com que ouviram as razões e considerações que expus sôbre êste problema, que muito me interessa, que profundamente me apaixona, porque eu queria que o exército fôsse um organismo cheio de prestígio. Eu queria que ao exército não fossem lançadas constantemente estas afirmações que o desprestigiam, estas afirmações que o desmoralizam ainda mais, eu queria que ao exército não se pudesse dizer que tem conseguido constantemente promoções...
Eu queria que o orçamento do Ministério da Guerra fôsse profundamente modificado em certas formas concretas.
Desejaria que as verbas chamadas de despesa extraordinária fossem reduzidas ao mínimo indispensável.
Não compreendo que estejamos a fazer despesas extraordinárias, como as descritas no orçamento do Ministério da Guerra, que é absolutamente indispensável reduzir.
Para isto chamo a atenção do Sr. Ministro da Guerra.
O Sr. Ministro da Guerra poderá seguramente obter as informações necessárias que esclareçam a Câmara a respeito do instituto Social.
Até hoje ainda não sei qual é o critério que preside à distribuïção da verba de 350 contos.
Tendo no exército o serviço da assistência organizado, não se compreendo que vamos dar 350 contos para assistência.
Será pouco; mas são 350 contos que podiam reverter a favor da instrução do exército.
Há outro facto para o qual desejaria chamar a atenção de V. Ex.ª: é para a verba destinada a subsídio dó Instituto Social do Exército. Não temos necessidade de aproveitar os serviços dessa obra, más a verdade é que sendo uma obra de solidariedade para os mutilados, parece-me que não devia pesar no orçamento do Ministério da Guerra. Todos aqueles que são oficiais do exército poderiam concorrer para a manutenção dêsse estabelecimento.
Não compreendo que êste auxílio seja dado pelo Estado quando são os oficiais que dele se aproveitam.
Mas há mais, e chamo a atenção da Câmara para êste facto: as mensalidades que se pagam são pagas pelos oficiais que tem os seus filhos nesse estabelecimento, e em harmonia, com o aumento de vencimentos é indispensável aumentar essas mensalidades.
Para concluir chamo mais uma vez a