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Sessão de 23 de Maio de 1923
vez de ser destinado à construção de couraças, espingardas e metralhadoras, seja destinado a substituir o esfôrço do braço.
Todos desejaremos que a terra, os frutos e as árvores venham o mais depressa possível a ser de toda a gente, como de todos é o ar e a luz.
Mas para se alcançar êsse objectivo é precisa a propaganda calma, serena e honesta, contrapondo ideas às ideas, mas não matando, nem derramando sangue.
Eu, por educação, sou. liberal, e filho dalguém que fez parte do batalhão académico que se bateu pela liberdade. Não posso admitir o «crê ou morres, se não és meu amigo, és meu inimigo».
Ainda há poucos dias um jornal que, mais ou menos, defende a política do Govêrno, a propósito dalgumas palavras por mim proferidas, classificava-me de derrotista, negativista,, de mau republicano e mau patriota.
Quem sabe, Sr. Presidente, se amanhã, pelo facto de eu hoje nesta Câmara ter levantado a minha voz contra os criminosos dos tais crimes sociais, serei incluído na tal lista negro-vermelha;
Porém, isso não me importa. Àqueles que me acusaram de derrotista eu envio-lhes para a cara o cuspo do meu deprêzo. A êsses senhores que, porventura, amanhã me ameaçarão de me liquidarem eu direi que emquanto não chegar o tal dia da liquidação, 6 milhões de cidadãos não podem estar à mercê de 200 ou 300 bandidos.
Sr. Presidente: o País vive numa ânsia de trabalho e tranquilidade e deseja conquistar um lugar de respeito entre as nações estrangeiras. Portanto, é obrigação dos dirigentes empregar todos os esfôrços para reprimir todos os crimes que se estão dando.
Sr. Presidente: um dos mais notáveis escritores franceses sôbre assuntos sociais, afirmava que em todos os países há um certo número de pessoas talvez inteligentes, mas que vivem numa permanente irrequietação.
Essas criaturas, levadas para um clima mais duro, para os países que ficam entre os trópicos, tornam-se pessoas muito prestáveis e úteis.
É porventura dessa matéria prima que saíram êsses homens que fizeram a grande América e a África do Sul.
Sussurro na Câmara.
Sr. Presidente: dada a desatenção da Câmara, dou por findas as minhas considerações.
O orador não reviu,
O Sr. João Luís Ricardo: — Perdão! Não é por falta de consideração por V. Ex.ª Foi distraidamente que estava falando um pouco mais alto.
O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: já há muito tempo que requeri que me fossem enviados todos os documentos relativos à emissão dos selos comemorativos da viagem aérea ao Rio de Janeiro.
Desejo ocupar-me dêste assunto, porque êle interessa a opinião pública, especialmente devido à maneira estranhável como foi tratado pelos poderes públicos.
Por isso peço ao Sr. Ministro do Comércio o favor de ordenar que êsses documentos me sejam remetidos com toda a urgência.
Aproveito a ocasião de estar no uso da palavra para preguntar ao Sr. Ministro do Comércio se o contrato da emissão dos selos foi cumprido; quere dizer, se o Estado recebeu todos os selos que, segundo o contrato, os concessionários eram obrigados a entregar, e se foi feita a venda de todos os selos que o Estado estava autorizado a vender, e que eram cêrca de 800:000; e, finalmente, se se fez a distribuïção de todos os selos destinados à venda pelas estações de correios e se essas estações de correios, durante os três dias que foram destinados à venda, tiveram o stock de selos suficiente para o consumo normal.
Fui informado — e tive mesmo ocasião de o verificar pessoalmente — de que na província uma grande parte das estações dos correios não recebeu os selos, e outra parte não recebeu o número de selos suficientes, e parece-me que foi muito limitado o número de estações dos correios que tiveram as colecções completas para a venda.
É preciso que se saiba a razão disto, e se continuam na posse do Estado os selos que eram destinados à venda.
Pregunto ainda ao Sr. Ministro se jul-