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Diário da Câmara aos Deputados
sições do Regulamento Disciplinar e do Código de Justiça Militar.
Hoje em Portugal, quando se comanda e há que exercer a acção disciplinar, há o ódio e as más vontades; essa é a única das razões da campanha contra mim.
Assim, tenho a dizer:
Não é verdade terem os oficiais ingleses declarado na conferência de 4 de Joelho de 1918, reünida por minha ordem, que eu fora acometido de pânico e terror, nem eu lhes consentiria que tais palavras proferissem;
Não pratiquei acto algum que denotasse a intenção de abandonar Quelimane;
Não mandei bagagem alguma para bordo dum escaler a gasolina; o que mandei foi o arquivo e valores da expedição;
Recusei a licença ao vapor Pungue para sair, quando o comandante pretendia, porque tinha decidido mandar embarcar nele as mulheres e crianças da vila, o quê se fez, não só neste navio, mas também em um navio norueguês;
Não li nem ouvi ler excepto de livro algum;
Não tomei parte na discussão;
Não ouvi dizer a oficiais portugueses que «com a melhor boa vontade receberiam ordens do comandante inglês mais graduado»;
Não declinei responsabilidade alguma sôbre ninguém.
Está aqui presente o Sr. Velez Caroço, que à conferência assistiu, como major de infantaria que então era, e que pode confirmar o que acabo de dizer.
As responsabilidades são, é claro, de quem comanda ùnicamente.
Devo mais dizer:
Cheguei a Quelimane em 21 de Junho de 1918, e imediatamente mandei marchar para a testa do caminho de ferro de Quelimane as fôrças que comigo desembarcaram e as que vinham chegando. Nomeei comandante dessas fôrças o então major Velez Caroço, a quem dei uma directiva bom clara e explícita sôbre a missão que lhe cumpria desempenhar. Em 27, à noite, apresentou-se-me, acompanhado do oficial inglês de ligação, o major Gore Brown, que, por ordem do comando em chefe de todas as fôrças, cargo que era exercido pelo falecido tenente general Van Deventer, vinha assumir o comando das fOrças anglo-lusas, que estava sendo exercido pelo major Velez Caroço. Para evitar dificuldades com respeito a antiguidades, foi o major Gore Brown promovido a tenente-coronel nessa mesma noite pelo comando em chefe inglês.
Mandei retirar o major Velez Caroço, e imediatamente pedi a minha exoneração pela situação de desprimor em que eram colocadas as fôrças portuguesas.
O tenente-coronel Velez Caroço retirou, e dei ao oficial inglês uma directiva sôbre a forma como devia manter-se nas posições da testa do caminho de ferro.
Nada foi feito em harmonia com a ordem dada.
A disposição das fôrças, com duas companhias na frente completamente desligadas, em uma frente de 3 a 4 quilómetros, e duas companhias à retaguarda, também sem ligação com a frente, deu lugar a que o inimigo, conduzido através do sisal por espiões, caísse de surpresa sôbre o flanco direito duma das companhias da frente e a aniquilasse por completo, sem que a companhia que se lhe seguia em posição interviesse no combate, nem tam pouco as de reserva a apoiassem.
Dois dias depois o inimigo cai, com todas as suas fôrças, sôbre a fôrça que ficou, e que o tenente-coronel Gore Brown concentrara com a retaguarda para o rio Nhamacurra, e o resultado foi cair tudo ao rio. O coronel Gore Brown morreu afogado.
Na madrugada de 4 de Julho, cêrca das 4 horas, fui acordado pelo chefe do estado maior e pelo oficial inglês, de ligação, para me darem conta do que se passara em Nhamacurra.
Determinei a reunião imediata dum conselho de oficiais, e procedi assim porque o regulamento de campanha tal impõe.
Li em tal conferência o seguinte documento:
«Foi-me hoje, de madrugada, fornecida pelo Sr. major Leonel Cohen, oficial de ligação junto do quartel general das fôrças portuguesas em operações, informação de que as fôrças aliadas que ocupavam Nhamacurra, atacadas por fôrças muito superiores, dispersaram, tendo o inimigo ocupado os seus entrincheiramentos.
Esta informação está confirmada por