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Sessão de 5 de Julho de 1923
comando chefe tem estado dando ordens que não podem deixar ser baseadas informações obtidas meios indirectos colocando êste quartel general situação inferioridade deprimente nosso país e exército contra a qual eu tenho sempre protestado.
«Não me posso subordinar situação criada, devendo contudo informar V. Ex.ªs para que sejam tomadas providências atinentes impedir continuação êste estado cousas pois tal indivíduo seja qual fôr o comando não deve por forma alguma aqui continuar.
Tinha enviado Ministério proposta ser êsse oficial condecorado serviço prestado norte Rovuma mas visto o que se passa rogo V. Ex.ª fique sem efeito tal proposta pois é um inimigo Portugal que desconhecia.
«Comando chefe criou assim para com nosso país situação absoluta incompatibilidade agora esclarecida por acaso.
«Com esta informação não posso prever intenções haverá no futuro de parte ingleses.
«Bem estar sobreaviso».
Para terminar as minhas considerações vou ler três cartas que recebi de oficiais que estiveram presentes ao conselho de oficiais a que já me referi.
A primeira é do tenente-coronel do regimento de infantaria n.º 14, António Lopes Mateus. Diz o seguinte:
«Meu Exmo. General. — Ao ter conhecimento de um documento firmado por oficiais ingleses a propósito do conselho de oficiais superiores por V. Ex.ª convocado em Julho de 1918, na vila de Quelimane — logo após o desastre de Nharnacurra — documento em que são feitas referências e acusações afrontosas para a sua honra e dignidade de oficial do exército, apresso-me a vir testemunhar-lhe a minha solidariedade, opondo o mais completo e formal desmentido ao que se diz de V. Ex.ª, visto que os factos se passaram como consta da acta lavrada na ocasião, expondo V. Ex.ª a situação por intermédio do chefe de estado maior, propondo os quesitos, aos quais foi respondido como consta da mesma acta, e terminando V. Ex.ª, em harmonia com a opinião dos oficiais, por ordenar que se tomassem as medidas de segurança e defesa adequadas, em harmonia com a situação e os poucos recursos de que se dispunha. No fim da mesma estou bem certo que até V. Ex.ª percorreu em automóvel com vários oficiais os pontos onde convinha concentrar a defesa de forma a cooperar com os navios de guerra e para que os trabalhos não sofressem a mais ligeira demora como convinha à situação.
Eu mesmo tive ocasião de acompanhar V. Ex.ª nas duas visitas aos entrincheiramentos, só tendo motivo para me orgulhar pela forma como V. Ex.ª comprendia a missão do comando. Desta minha carta, ditada pela muita consideração que a V. Ex.ª tributo, pode fazer o uso que entender.
Ela será um protesto, embora modesto, mas sentido e repleto de indignação, pela campanha movida com o fim de procurar deminuir os serviços por V. Ex.ª prestados ao País no comando da expedição e na defesa dos seus mais legítimos interêsses.
Com toda a consideração subscreve-se. De V. Ex.ª atonto venerador e obrigado, António Lopes Mateus, tenente-coronel de infantaria n.º 14.
Viseu, 2 de Julho de 1923».
A segunda é do tenente-coronel de infantaria e Senador, Sr. Velez Caroço, aqui presente. Diz o seguinte:
«Meu Exmo. General. — Ao chegar a Lisboa, de regresso da Guiné, fui informado de que no Senado da República, onde também tenho assento, contra V. Ex.ª tinham sido produzidas umas acusações relativas à forma como V. Ex.ª tinha exercido o comando do Corpo Expedicionário Português, na província de Moçambique, durante as operações das fôrças aliadas inglesas e portuguesas, no distrito de Quelimane.
Não necessita V. Ex.ª de atestados meus, nem eu, em nome dessa disciplina que sempre tenho defendido e procurado manter, me atreveria a passá-los, atenta a nossa diferença de situação na hierarquia militar, mas, meu general, julgo-me na obrigação moral de dar nesta conjuntura a V. Ex.ª uma prova da minha alta consideração por V. Ex.ª e da minha solidariedade, visto que assim procedendo. presto preito à verdade e à justiça.