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Diário da Câmara dos Deputados
Fui o comandante das fôrças inglesas e portuguesas em Quelimane. Para êste comando fui nomeado por V. Ex.ª em seguida ao conselho do oficiais que reüniu em Quelimane ao ter-se conhecimento do desastre do Nhamacurra. Fui eu, na qualidade de oficial mais graduado o antigo dos oficiais portugueses presentes, o primeiro a emitir o seu voto, que está perfeitamente conforme com o que se encontra exarado na acta que assinei. Fui eu também o primeiro que declarei que não admitiria que em território português ficassem estrangeiros para manter a sua defesa, sem a cooperação das tropas portuguesas, o que, inclusivamente, só essas tropas fôssem obrigadas a retirar, eu ficaria como voluntário até final. Isto é autêntico e neste ponto a acta pão é exacta, pois omitiu o meu nome nestas declarações.
V. Ex.ª presidiu a êsse conselho, tendo-se previamente distribuído os quesitos por V. Ex.ª elaborados e que foram o assunto da discussão.
V. Ex.ª não teve interferência alguma nesta discussão e terminada ela, chamou a outra sala do palácio do Govêrno de Quelimane o chefe do estado maior do Corpo. Expedicionário, capitão Viana, voltando pouco depois com a sua ordem de ocupação de posições de defesa o distribuïção de fôrças por sectores, sendo eu comandante geral dessas fôrças.
Visitámos em seguida as posições e concertámos com as fôrças inglesas a defesa.
Neste comando me conservei ate a apresentação dum tenente-coronel inglês, que assumiu então o comando, por ser mais graduado, mas, em homenagem à verdade, devo dizer que recebi sempre directamente de V. Ex.ª as ordens relativas às operações e incitamentos para o trabalho e sacrifícios necessários, contribuindo grandemente a atitude de V. Ex.ª e dos oficiais seus subordinados para o levantamento moral das tropas portuguesas.
Desculpe V. Ex.ª o não ter levantado no Senado as acusações que ali foram produzidas, pois só agora tive conhecimento dêsse incidente, fazendo-o, porém, «esta forma e estando pronto a testemunhar em toda a parte os acontecimentos ocorridos na desgraçada campanha do Lugela Mocuba a Quelimaue, cuja história minuciosa o verdadeira ainda está por fazer.
Com a maior consideração e profunda estima subscrevo-me. De V. Ex.ª subordinado muito respeitador e amigo muito obrigado, Jorge Frederico Velez Caroço.
Lisboa, 30 de Junho de 1923.
A terceira é do tenente-coronel do corpo do estado maior, Eduardo Ferreira Viana, que foi o chefe do estado maior da expedição sob o meu comando.
Diz o seguinte:
«Meu Exmo. general. — Tive conhecimento de que um Senador se referiu na Câmara a qualquer publicação feita por um jornal, em que a propósito de um documento assinado por alguns oficiais ingleses e respeitante à conferência havida no dia 4 de Julho de 1918, no Palácio do Govêrno em Quelimane, quando esta localidade estava ameaçada de ataque pelo grosso das fôrças alemãs — se fizeram referências desprimorosas para V. Ex.ª
Escusado é dizer a V. Ex.ª que muito me surpreendeu o conteúdo do referido documento, que por completo desconhecia. Não carece também V. Ex.ª que eu venha rebater o que nele se diz, pois pela sua situação o prestígio para nada necessita do meu testemunho. No emtanto devo confessar a V. Ex.ª, meu Exmo. general, que sendo eu avesso a tudo quanto possa vir a representar o estabelecimento de polémicas estéreis, estou pelo contrário sempre pronto a incondicionalmente me colocar ao lado de V. Ex.ª quando vejo que, muito intencionalmente, o procuram, sem razão alguma, ferir e desprestigiar no exercício do comando, que exerceu, das fôrças portuguesas em operações na nossa província de Moçambique durante a Grande Guerra.
E procedendo assim, eu não faço mais do que cumprir um dever de consciência, ao mesmo tempo que me sinto satisfeito por ter mais uma vez ensejo para poder continuar a manifestar a V. Ex.ª a minha muita admiração e o meu grande respeito o sobretudo a minha muita estima nascida e cimentada durante o período em que decorreram as operações de Moçambique em 1917-1918 e em que eu procurei com a melhor boa vontade por todos os meus limitados conhecimentos e a leal-