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Sessão de 12 de Julho de 1923
camente em determinados assuntos; por que, na primeira hipótese, desejava saber quando S. Ex.ª se julgará habilitado a continuar a resposta que o Sr. Ministro das Colónias estava dando às considerações que aqui fiz a propósito do modus vivendi sul-africano.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior, (António Maria da Silva): — O Sr. Álvaro de Castro preguntou se posso julgar-me habilitado para versar o assunto que tinha sido tratado pelo Sr. Ministro das Colónias.
Respondo o seguinte:
O Sr. Ministro das Colónias estava doente, mas está melhor. Espera poder vir à Câmara responder às considerações feitas pelo ilustre Deputado; mas no caso de se demorar julgar-me hei habilitado a responder a S. Ex.ª
O orador não reviu.
O Sr. Joaquim Ribeiro: — Chamo a atenção do Sr. Presidente do Ministério para um aumento que preciso resolver quanto antes.
Quando alguém quer estabelecer em Lisboa um talho, só pode fornecê-lo por intermédio da Câmara Municipal, que tem uma comissão de marchantes para êsse fim.
Êsses marchantes é que fornecem o gado para o consumo.
Portanto, quando alguém instala um talho, tem de comprar a carne a essa comissão.
Essa comissão de marchantes, para aumentar o preço das carnes, conserva centenas de bois e até milhares fora de Lisboa, só entrando êsse gado em Lisboa quando obtém o aumento do preço da carne exigido.
Ora acontece que uma cooperativa que está estabelecendo armazéns em Lisboa, a União dos Abastecimentos dos Sindicatos Agrícolas, cuja iniciativa é digna do maior louvor, porque está realizando uma obra importante, pretende instalar talhos em Lisboa, para fornecer carne com abundância e muito mais barata.
Mas a Câmara Municipal nega-lhe licença para estabelecer os talhos, a não ser que essa cooperativa compre a carne à comissão de marchantes.
Isto é tanto mais injusto, quanto essa entidade apenas vende aos seus sócios.
Portanto, para êste assunto, que se me afigura importante, chamo a atenção do Sr. Presidente do Ministério. E digo do Sr. Presidente do Ministério, por estar convencido de que S. Ex.ª, melhor do que qualquer outro seu colega do Gabinete, poderá dar as providências que as circunstâncias que acabo de apontar à Câmara impõem.
Para outro assunto desejo, ainda, chamar a atenção de S. Ex.ª
Quero referir-me ao problema da ordem pública, que no nosso país está assumindo proporções que demandam a mais enérgica e imediata intervenção do Govêrno.
Apoiados.
Eu sei que reclamando aqui essa intervenção corro o risco de ser lançado para o número daqueles que uma secreta organização de bandidos condenou à morte.
Êsse risco, porém, não me amedronta, e eu hei-de dizer, por isso, aquilo que neste momento sinto necessidade de dizer dêste lugar aos homens que têm sôbre si o encargo da governação pública.
Apoiados.
Ataca-se e mata-se gente nas ruas de Lisboa.
Nesta Câmara há Deputados condenados à morte.
Nos hospitais há magistrados gravemente feridos.
Em presença de todos êstes atentados, de todos êstes crimes cometidos por um bando do scelerados sedentos de sangue, a sociedade tem de se defender (muitos apoiados) perseguindo inexoravelmente os malfeitores.
Muitos 'apoiados.
Para isso estou absolutamente certo do que não faltará ao Govêrno o apoio incondicional de toda a gente de bem.
Apoiados gerais.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria da Silva): — O ilustre Deputado Sr. Joaquim Ribeiro acaba de versar dois assuntos: um que diz respeito ao abastecimento de carnes na cidade de Lisboa e o outro relativo à ordem pública.