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Diário da Câmara dos Deputados
O Sr. Presidente: — Peço um momento de atenção.
O Sr. António Maia acaba de me entregar um telegrama do secretário particular do Sr. Presidente da República, no qual se diz que S. Ex.ª entrou em franca convalescença, facto êste com que todos nos rejubilamos.
Apoiados.
Leu-se a moção do Sr. Agatão Lança.
Posta à votação, foi aprovada.
O Sr. Abílio Marçal: — Requeiro a contraprova.
Muitos àpartes.
Sussurro.
O Sr. Tavares de Carvalho: — Requeiro a contraprova.
Muitos àpartes.
Sussurro.
Os Srs. Deputados da oposição batem com as tampas das carteiras.
O Sr. Presidente (agitando a campainha): — Peço ordem.
Uma voz: — Já não é tempo de se pedir a contraprova.
Continua o sussurro.
O Sr. Presidente: — Ainda é tempo de se requerer a contraprova.
Os Srs. Deputados da oposição continuam batendo com as tampas das carteiras.
Trocam-se muitos àpartes.
O Sr. Presidente: — Há dois vice-presidentes. Convido qualquer de S. Ex.ª a ocupar êste lugar.
Eu abandono o lugar de presidente.
Eram 20 horas e 35 minutos.
Assume a presidência o Sr. Abílio Marçal.
O Sr. Presidente: — Está reaberta a sessão.
Eram 20 horas e 55 minutos.
O Sr. Mariano Martins (para explicações): — Sr. Presidente: quando há pouco, antes da sessão interrompida, se estava procedendo à votação deu-se um acontecimento na Câmara do qual resultou o Sr. Presidente, Sá Cardoso, abandonar o seu lugar.
S. Ex.ª, retirando-se, pareceu dar a entender que abandonava a cadeira que V. Ex.ª está agora ocupando.
Dada a figura prestigiosa do Sr. Sá Cardoso e a imparcialidade e correcção com que sempre tem presidido aos trabalhos parlamentares, proponho que a Mesa actual fôsse encarregada de junto do Sr. Sá Cardoso fazer com que S. Ex.ª volte aos trabalhos parlamentares.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: todos os membros do Partido Nacionalista que têm tido a honra da camaradagem com o Sr. Sá Cardoso têm por S. Ex.ª um enorme respeito, assim como pelos seus melindres.
Com o procedimento havido há pouco não quisemos ofender o Sr. Presidente da Câmara; a sua personalidade é para nós respeitável, mas a defesa dos nossos direitos é igualmente respeitável e queremos que êles sejam respeitados.
A nossa consideração pelo Sr. Sá Cardoso, pelos altos serviços prestados á República e ainda pelas suas qualidades de pessoa bem educada, que no meio português é qualquer cousa de respeitar, essa consideração, repito, não pode oferecer dúvidas.
Ninguém teve, portanto, intenção de ferir o Presidente desta Câmara, e aqueles que procederam com energia, como se procede em todos os Parlamentos do mundo, naquilo que julgam a defesa dos seus direitos, de maneira nenhuma queriam ofender S. Ex.ª
Assim, Sr. Presidente, duma maneira entusiástica, damos o nosso voto à proposta do Sr. Mariano Martins.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: em nome dêste lado da Câmara, associo-me muito sinceramente às palavras do Sr. Mariano Martins.
Todos nós temos pelo Sr. Presidente Sá Cardoso, aquela consideração que merecem pessoas com o carácter, com as qualidades de S. Ex.ª
Fazemos os mais sinceros votos para