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Diário da Câmara dos Deputados
O Orador: — Sim, senhor, matemática.
O Sr. Lelo Portela: — Não é bem assim, porque para os cursos do estado maior da Escola de Guerra admitem-se em França todos os oficiais, sendo os de infantaria os que vão em maior número para lá.
O Orador: — É que V. Ex.ª não ouviu o que eu afirmei. Eu disse que as maiores figura da França, como Joffre e Foch...
O Sr. Lelo Portela: — Êsses não têm uma preparação clássica em matemática! Têm o curso da Escola Militar, mas não o da Escola Politécnica.
O Orador: — Já vejo que tenho então de demorar as minhas considerações para demonstrar que a verdade está do meu lado.
Há uma obra muito conhecida em França e em todo o mundo, na qual se faz, no prefácio, a descrição da vida do marechal Foch, e lá vem demonstrado, que Foch desde os seus primeiros tempos de estudante mostrou sempre uma grande predilecção pela matemática. É realmente o estudo da matemática que dá ao cérebro aquela gimnástica necessária para assimilar e resolver de pronto todos os problemas, ainda os mais transcendentes.
Sr. Presidente: juntou-se em França, em 1875, quando se pretendeu fazer o exército da vitória ou da glória, à alta educação scientífica dos seus oficiais, a cultura clássica, e assim encontramos nas grandes figuras do exército francês, que são as que venceram, ao lado duma grande cultura matemática, também uma grande cultura clássica e humanista.
Portanto, dizer-se em Portugal que em França são admitidos para os cursos do estado maior das escolas militares oficiais de infantaria e cavalaria não quere dizer nada, tanto mais que os preparatórios que os oficiais do exército têm em França não têm semelhança nenhuma com os que os nossos oficiais fazem. Efectivamente, a cultura das matemáticas nos liceus de França vai muito mais além do que aquela que nós temos nos nossos liceus. Lá, êsses estudos englobam os que nós fazemos nas escolas superiores.
Assim podemos dizer que os oficiais de infantaria ou de cavalaria franceses tem em matemática uma preparação superior, ou pelo menos igual à dos nossos oficiais que concorrem aos cursos de estado maior. Não estamos na mesma situação da França, e por isso não podemos comparar o que se passa no nosso país com o que se passa no estranjeiro. O que está diante dos nossos olhos, nu e cru, é o seguinte: oficiais houve que foram obrigados a tirar essas cadeiras. Alguns não as tiraram não sei porquê, e não posso compreender que vamos agora votar uma medida de excepção para os que não cumpriram a lei.
Tenho dito.
O orador não reviu.
ORDEM DO DIA
O Sr. Presidente: — Vai passar-se à ordem do dia.
Foi aprovada a acta.
Foram lidas e aprovadas duas últimas redacções.
O Sr. Presidente: — Comunico à Câmara o falecimento do Presidente da República dos Estados Unidos da América. Era uma alta figura que presidia aos destinos da grande nação americana, com a qual Portugal mantém relações cordiais e amistosas. Proponho que na acta se lance um voto de sentimento e como manifestação de pesar se suspenda a sessão por meia hora.
S. Ex.ª não reviu.
O Sr. Almeida Ribeiro: — Sr. Presidente: tomo a palavra para, em nome da maioria, associar-me sentidamente às manifestações de pesar propostas por V. Ex.ª, e que são justas.
O Presidente Harding ocupou a mais alta magistratura dos Estados Unidos numa ocasião difícil, mas nem por isso deixou de desempenhar-se da sua função por uma maneira saliente e notável a todos os respeitos.
Por isso, Sr. Presidente, êste lado da Câmara se associa às propostas por V. Ex.ª formuladas.
O orador não reviu.
O Sr. Álvaro de Castro: — Em nome do Partido Nacionalista uso da palavra para me associar às homenagens de sentimento