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Diário da Câmara dos Deputados
O Sr. Velhinho Correia: — Para serem votados seguidamente, não é verdade?
O Sr. Presidente: — Sim senhor.
O Sr. Velhinho Correia: — Nesse caso, eu requeiro prioridade para a votação do requerimento do Sr. Almeida Ribeiro.
Trocam-se àpartes.
Sussurro.
O Sr. Álvaro de Castro: — Sr. Presidente: salvo, o devido respeito pela opinião de V. Ex.ª, nós estamos inteiramente fora do Regimento.
O Sr. Cunha Leal tendo pedido a palavra para um requerimento, e tendo-lhe sido dada, enviou-o para a Mesa. V. Ex.ª não tinha mais do que pô lo à votação. Os requerimentos não têem discussão, o Sr. Almeida Ribeiro, não, devia ter usado da palavra sôbre o modo de votar, e muito menos ter enviado pura a Mesa o seu requerimento.
Apoiados.
O orador não reviu.
O Sr. Carlos Pereira (para interrogar a Mesa): — Eu pedi a palavra para interrogar a Mesa porque no meu espírito se levanta uma grande interrogação.
Com franqueza, eu não sei se o requerimento do Sr. Cunha Leal, pedindo a prorrogação desta sessão até se votar o regime cerealífero, quando se sabe que o Senado já não funciona amanhã, tem por fim a prorrogação da sessão legislativa, ou não passa de uma simples mistificação.
Trocam-se àpartes.
O orador não reviu.
O Sr. Vitorino Godinho: — V. Ex.ª ainda tem dúvidas? Pois então o que representa êsse requerimento que vem a título de satisfação ao Sr. Joaquim Ribeiro, sabendo-se que a discussão do regime cerialífero se teria de lazer sem a presença de S. Ex.ª?
Sussurro.
Trovam-se àpartes.
Tumulto.
O Sr. Velhinho Correia: — Dissolução! dissolução!
O Sr. Cunha Leal: — Em resposta ao Sr. Carlos Pereira, devo dizer que as minhas intenções eram, e são, fazer com que se vote o regime cerialífero; não dou o direito a ninguém de o pôr em dúvida.
Pode ter sucedido porém que as palavras do meu requerimento não tenham exprimido bem o meu pensamento, e, nesse caso, eu modifico o meu requerimento neste sentido: «requeiro que a sessão seja prorrogada até se votar na generalidade e na especialidade a questão do regime cerealífero».
O orador não reviu.
O Sr. Almeida Ribeiro: — Tendo pedido a palavra sôbre o modo de votar, eu declarei que a maioria aceitava o requerimento do Sr. Cunha Leal com o aditamento que então formulei.
Ora eu não fiz mais do que seguir aquilo que muitas vezes se tem já feito nesta Câmara. Eu não tive o propósito de escolar a palavra, mas simplesmente recorrer a uma prática habitual.
Quanto ao novo requerimento do Sr. Cunha Leal, devo dizer que me parece não ser esta a oportunidade para fixar os assuntos a discutir em sessão prolongada.
Só temos de nos ocuparmos de um assunto: o de tomarmos a iniciativa da reunião do Congresso para se pronunciar sôbre a prorrogação.
Por isso parece-me que o requerimento do Sr. Cunha Leal, tal como o formulou agora, é nulo, é uma adaptação da proposta do Sr. Abílio Marçal, e não pode ser atendido.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Cunha Leal: — Só tenho um objectivo, a discussão da questão cerealífera. O resto não me importa, são fórmulas com que a Câmara nada tem, são ideas vagas.
Desejo a prorrogação da sessão para discussão da questão cerealífera; pois muito bem: cada um de nós fica com a sua consciência.
Peço a V. Ex.ª consulte a Câmara sôbre se permite que retiro o meu requerimento.
O Sr. Presidente: — Ainda não foi admitido, está retirado.