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Diário da Câmara dos Deputados
Muitas vezes a paixão política leva os homens a esquecer aquilo que são os primeiros a condenar.
Àpartes.
Quando chegará a hora em que todos queiram viver num regime em que se respeitem os direitos dos homens honrados e não num regime sustentado à custa de escândalos?
Àpartes.
Quando será que a República deixará de se apoiar em fôrças, que, sendo no emtanto muitas vezes bem intencionadas, são todavia as escoras seguras daqueles que querem praticar uma obra má para os interêsses do País?
Sr. Presidente: na verdade nós não estamos aqui constituídos em. tribunal, e o Sr. Presidente do Ministério já declarou à Câmara que o Sr. Ministro das Finanças tinha pedido a demissão.
Porém, sem querer alongar-me em considerações, e porque os factos falam mais alto que as palavras, direi que êste lado da Câmara não concorda com o inquérito parlamentar.
Entendemos que a Câmara já apurou o que devia apurar, e concluiu que o Sr. Ministro das Finanças não pode continuar no seu lugar, devendo o resto ser entregue ao Poder Judicial, a fim de que se apurem as devidas responsabilidades.
Sr. Presidente: antes de terminar, quero frisar — visto que o Sr. Presidente do Ministério e o Sr. Vasco Borges se referiram à administração da monarquia — que cada vez mais nos sentimos orgulhosos de poder prestara nossa homenagem, a mais sincera, à honra dos homens públicos do regime deposto.
Devo ainda salientar neste momento o que há pouco disse um honrado republicano, o Sr. Francisco Cruz, quando discutia a questão dos tabacos.
S. Ex.ª disse que uma das armas de que os republicanos mais se serviam para caluniar os monárquicos fora a questão dos tabacos, esperando que a República, ao elaborar o contrato dos tabacos, procedesse com o mesmo' escrúpulo com que a monarquia tinha tido em 1906.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo: — Sr. Presidente: pedi a palavra para afirmar a V. Ex.ª e à Câmara que foi com grande satisfação que acolhi o alvitre do Sr. Cunha Leal.
E com a cabeça bem levantada, e com a consciência dos meus actos, que eu peço a V. Ex.ª, Sr. Presidente, para me retirar da Câmara emquanto durar o inquérito.
Mas tendo-me sido feita na imprensa, entre muitas acusações, uma de alta traição, e que diz respeito a um cabo submarino, eu peço a V. Ex.ª e aos meus ilustres colegas, que quando êsse assunto fôr aqui discutido, me seja permitido vir à Câmara mostrar qual foi a minha atitude.
Apoiados.
Não quero que alguém suponha que, com a minha ausência, me quero furtar à discussão, e por isso novamente peço aos meus colegas que me seja permitido vir aqui discutir a concessão da Wester Union.
Tenho dito.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
foi aprovado o requerimento do Sr. Vasco Borges.
Aprovou-se a acta.
O Sr. António Maia: — Requeiro a prorrogação da sessão até se liquidar o incidente.
Foi aprovado.
O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Requeiro que todos os documentos que se relacionam com o processo sejam publicados no Diário do Govêrno.
O orador não reviu.
Foi aprovado.
O Sr. Vasco Borges: — Limito-me a enviar para a Mesa a seguinte
Proposta
Considerando que a dignidade e o prestígio do regime que a chamada questão dos flans para amoedação, até pela proporção que as suspeições dela emergentes já atingiram, seja ampla e completamente esclarecida; considerando que as declarações do Deputado Aníbal Lúcio de Azevedo sôbre a referida questão estabelecem a necessidade de que a sindicância já ordenada aos actos daquele senhor, como ad-