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Diário da Câmara dos Deputados
V. Ex.ªs ouviram, e nem era de esperar outra cousa de S. Ex.ª
Sr. Presidente: tendo eu ido a Leipzig e a Berlim, era natural que visitasse as casas das moedas dessas terras.
Fizeram-me ali a história dessa moeda, resultado de. muitos trabalhos e de muitas experiências, só obtida depois de dois anos de infrutíferas tentativas à custa da inutilização de algumas toneladas de metal, umas vezes porque os óxidos produzidos pela liga 4e determinados metais impedia o seu fabrico e o seu emprego, outras pelo fracasso da sua resistência.
Pelos deveres do meu cargo, investiguei è informei-me, e não porque eu previsse então a necessidade de profundar o assunto para a sua adaptação em Portugal. Essa necessidade nasceu, porém, algum tempo depois.
Imediatamente me apressei em dirigir-me ao director da Casa dá Moeda, de Paris, pedindo detalhadas informações, porquê eu queria ter a garantia dum fornecimento capaz de satisfazei as exigências da nossa amoedação.
Preguntei-lhe se duas ou três casas, cujas firmas citei, estavam ou não nas condições do o poderem fazer; o director da Casa da Moeda de Paris respondeu-me afirmando que não só as casas por mim apontadas estavam em condições de satisfazer êsse fornecimento, mas que ainda mais umas quatro ou cinco casas francesas o poderiam fazer também.
Em face de tais informações, eu dirigi às casas indicadas e, também, a algumas firmas portuguesas, um convite para apresentarem as suas propostas, sem precisão de o fazerem em carta fechada ou em determinado dia e hora.
A circular que dirigi a essas casas era concebida nos termos que vou ler.
Como V. Ex.ªs vêem, trata-se dum convite feito nos termos correntes e usuais, mas sem data fixada, nem a exigência da carta fechada.
Ao convite responderam os concorrentes e as suas propostas diferem sensivelmente entre si.
Em presença duma tam flagrante e inexplicável desigualdade, eu procurei saber quanto poderia custar o fabrico dessa liga em Portugal.
Procedi aos estudos necessários u cheguei à conclusão de que, com o fabrico dessa liga em Portugal, se poderia fazer uma economia de 35 a 40 por cento, dada a grande existência de cobre que a Casa da Moeda possui.
Apresentei ao Sr. Ministro das Finanças a questão e o resultado dos meus estudos. S. Ex.ª, em face das minhas afirmações e dos meus cálculos, resolveu que os discos fossem feitos em Portugal. Nesse sentido iniciei as minhas diligências.
Passou o tempo, o um dia foi aberto concurso artístico para a cunhagem da moeda, concurso a que só apareceu um concorrente, que convidado a apresentar novo modelo, não mais voltou...
O Sr. Presidente: — Deu a hora de se passar à ordem do dia.
Vozes: — Fale, fale.
Q Sr. Presidente: — Em vista da manifestação da Câmara, pode V». 'Ex. a continuar.
O Orador: — Recentemente, porém, fui chamado pelo actual Ministro das Finanças, Sr. Velhinho Correia, ao seu gabinete, a fim de lhe eu expor o que havia a respeito da projectada amoedação.
Eu contei a S. Ex.ª o que se tinha passado entre mim e o Sr. Vitorino Guimarães, e a minha opinião de que essa amoedação se deveria fazer em Portugal, dada a economia que de tal facto resultaria.
S. Ex.ª, pelas vazões que forçosamente há-de expor à Câmara, declarou-me que tinha imperiosa necessidade d& adquirir os discos no estrangeiro...
O Sr. Ministro das Finanças (Velhinho Correia): — Eu adquiria ràpidamente os discos para a cunhagem; foi o que eu disse.
O Orador: — Apressei-me a redigir uma proposta nesse sentido, proposta concebida nos termos que vou ler:
Leu.
Esta foi a minha proposta, em virtude das ordens dimanadas do Sr. Ministro das Finanças.
Uma vez aberto o concurso, o programa foi publicado nos jornais, e devo dizer a V. Ex.ª e à Câmara que logo que êsse concurso foi publicado no Diário do Go-