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Sessão de 9 de Janeiro de 1924 23

trinta mil e um nichos que nenhum serviço prestam a Portugal, e que nos custam muito dinheiro. Nesse número encontra-se uma célebre Câmara de Comércio que existe em Paris, e que, não tendo nenhuma utilidade para a nação, pois é apenas um escritório comercial, nos custa nada menos de 30:000 francos ouro anualmente.

Sr. Presidente: além do Sr. Domingos Pereira na pasta dos Negócios Estrangeiros, o Sr. Domingues dos Santos pode realmente, na pasta da Justiça, prestar um serviço grande ao país. Não lhe faltam condições e inteligência para o poder fazer.

Apoiados.

Especialmente também me quero dirigir a um dos meus prezados amigos, o Sr. António Fonseca, que, sem desprimor para nenhum dos seus colegas, está bem naquele Ministério. S. Exa., como disse o Sr. Cunha Leal, pelo seu talento, pelos seus conhecimentos especiais sôbre todos os assuntos, e especialmente sôbre os assuntos da pasta de que está incumbido, merece de todos os parlamentares e do País os agradecimentos pelo sacrifício que fez em sobraçar essa pasta.

Ninguém melhor que S. Exa. conhece os problemas que lhe são afectos, e ninguém pode, na verdade, resolvê-los com mais inteligência e urgência.

O problema das estradas, muito principalmente, precisa ser estudado.

Por incúria, mais que por falta de verba, estão absolutamente intransitáveis as estradas em volta de Lisboa.

Apoiados.

S. Exa. não tardará em trazer à Câmara ràpidamente todos os elementos necessários para o problema ser resolvido.

Felicito o Sr. Álvaro de Castro por ter chamado para a pasta do Comércio um valor absolutamente incontestável. E um Ministro, que sem desprimor para nenhum dos outros, merece a nossa admiração máxima.

O Sr. Ministro do Interior é incontestavelmente um republicano indefectível; um verdadeiro homem de bem, de inteligência e saber.

Na pasta das Colónias está o Sr. Mariano Martins, que é um colonial distinto e um parlamentar inteligente.

Sente-se com coragem de tomar conta dessa pasta neste momento em que uma das mais graves questões se debate na Câmara, que é a do empréstimo para Moçambique. Não faltam ao Sr. Mariano Martins condições de saber o talento, mas, todavia, é para louvar a coragem de S. Exa. em aceitar a pasta das Colónias neste momento em que se debate aquele importantíssimo problema, além de que, segundo me parece, S. Exa. não morre de amores pelo Sr. Alto Comissário da Província, crendo bem que se dará a inversa.

Emfim isso são cousas com que eu nada tenho.

Referir-me hei agora ao Sr. Ministro da Guerra. Não mantenho relações pessoais com S. Exa., mas sei, por tradição, que é um militar brioso e distinto, tendo-se já evidenciado pela sua heròicidade.

Bem merece a consideração de todo o País. Estou na convicção de que S. Exa. há de ser um valioso colaborador do Sr. Álvaro de Castro, e que da sua acção resultará para o exército aquela situação que êle requere.

Não conheço o Sr. Ministro da Agricultura. Dizem-me que S. Exa. é um distinto agrónomo. Debatendo-se neste momento uma das mais graves questões, que é a da moagem — já se dizia que êste Govêrno era o Govêrno dos moageiros — há toda a urgência em que S. Exa. diga à Câmara o que pensa fazer para obviar aos inconvenientes graves que resultam para a população do País, especialmente para a de Lisboa e Pôrto, do problema do pão e das farinhas.

Já o Sr. Carvalho da Silva mostrou, e com carradas de razão, a necessidade que o Parlamento sente de conhecer o que pensa fazer o Govêrno a tal respeito, para que o pão deixe de ser uma cousa intragável.

Ou o Sr. Ministro da Agricultura já está preparado para atacar tam magno problema, ou então fez muito mal em aceitar a gerência da pasta que lhe foi entregue.

A situação não admite delongas nem um instante, sequer. Há dias a cidade de Lisboa correu o risco de ficar sem pão e, todavia, o País está cheio de trigo.

O ilustre Ministro da Instrução, com quem tenho relações muito vagas, mas a quem me é muito agradável prestar a